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Um dia após ter subido na caçamba de uma caminhonete e gritar palavras de ordem junto com seus apoiadores exigindo o fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e exigindo a volta do AI-5 na porta do Quartel General do Exército, o presidente Jair Bolsonaro baixou o tom. Em sua entrevista diária na saída do Planalto, Bolsonaro negou que tivesse atacado as instituições e pregou transparência dos poderes. Ele negou também sobre conspiração contra outros poderes. E disse na porta do Planalto que ele próprio é a Constituição.

Segundo o presidente, a pauta do ato que teve sua participação era apenas "povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho". Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que "pedem desde 1968".

"Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão", afirmou.

Para o advogado especialista em Administração Pública e professor da PUC-RJ, Manoel Peixinho, o comportamento de Bolsonaro é gravíssimo. "É um retrocesso democrático", advertiu. E informou que todo presidente de um país democrático que fizer em público propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social está cometendo um crime contra a soberania popular. "Está previsto na Lei 7.170/1983. Ou seja, o presidente e quem mais defender um regime de exceção está sujeito ao enquadramento".

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