Instituto Emílio Ribas, em São Paulo - Divulgação
Instituto Emílio Ribas, em São PauloDivulgação
Por O Dia
São Paulo - Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas já precisam escolher qual paciente irá ou não para um leito de UTI para o tratamento da covid-19. A afirmação foi feita pelo médico Jaques Sztajnbok, supervisor da UTI do hospital, em entrevista à GloboNews, nesta terça-feira (21).
Sztajnbok explicou que o hospital, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em São Paulo, tem hoje 30 leitos de UTI e todos estão ocupados. De acordo com o médico, para um novo paciente dar entrada, um leito precisa ficar vago, seja por alta ou por óbito de outra pessoa.
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"Quando eu tenho zero vagas e olho (no sistema) que há seis solicitações para uma vaga, a situação já se delineia. Quando aparece uma vaga e essas mesmas solicitações continuam lá, essa escolha acaba sendo indiretamente efetivada. Mesmo sem a dramaticidade de estar com os dois pacientes na minha frente, com um único aparelho", disse Sztajnbok.
O médico disse ainda que não é possível responder quando será o pico da doença. "O que a gente sabe é que já estamos lotados. Então, se não estivermos no pico ainda, é bom que as autoridades corram, porque em algum lugar nós vamos ter que internar esses pacientes", afirmou.

Sztajnbok disse ainda que o tempo necessário de internação para pacientes que apresentam um quadro grave da covid-19, que pode variar de duas a quatro semanas, é outro fator preocupante.
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"É uma situação muito complexa sobre a qual estamos aprendendo no curso do enfrentamento e que demanda equipes bem treinadas e preparadas", pontuou.
São Paulo é o estado com mais casos da doença no país. Até ontem, foram registrados 14.580 casos e 1.037 mortes pela doença em todo o território paulista.