"Vamos pedir ao Congresso que aprovem medidas que garantam autonomia da PF e mandato do diretor-geral. Já há propostas legislativas sobre isso no Parlamento. Estamos falando sobre isso há 10 anos, ou se toma uma providência para proteger a polícia, ou isso se repetirá", disse Paiva.
O presidente da entidade declarou ainda que o momento é delicado e que o próximo diretor-geral terá de enfrentar um clima adverso. "A Polícia Federal está, agora, sob uma crise imensa de confiança. O próximo diretor-geral vai entrar no cargo dentro desse clima, e nós não queremos passar de novo por isso".
Segundo Paiva, houve, em outras ocasiões, nomeações políticas. "Aconteceu no governo Temer, em 2017, quando o diretor-geral Fernando Segovia só ficou por três meses".
"Não vejo saída. A gente já havia avisado ao dr. (Sergio) Moro desde o início que ele não conseguiria garantir autonomia total da PF, porque a instituição sempre sofre pressões do mundo político. Acabou que ele sofreu as pressões. Que bom que ele não sucumbiu às pressões e denunciou. Mas a grande verdade é que se não for aprovada uma garantia de autonomia administrativa e financeira da PF, isso se repetirá", afirmou.