Sergio Moro chega à coletiva de imprensa para anunciar demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública - MArcello Casal Jr / Agência Brasil
Sergio Moro chega à coletiva de imprensa para anunciar demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança PúblicaMArcello Casal Jr / Agência Brasil
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O pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública na manhã de ontem agitou o cenário político do Brasil. Diferentes lideranças partidárias foram pegas de surpresa e reagiram à decisão inesperada com críticas severas. Até mesmo antigos aliados do presidente não concordaram com a troca no comando da Polícia Federal. A saída do ex-ministro, por sinal, coloca Jair Bolsonaro ainda mais isolado.

Nas redes sociais, não faltaram críticas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou que "é hora de falar. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil", pediu.

O ex-presidente Michel Temer divulgou nota afirmando que país atravessa "maior crise da história", por juntar problemas sanitários, econômicos e políticos. "Para a crise sanitária e econômica precisamos de união, solidariedade e energia. Para crise política, as palavras-chave são equilíbrio e responsabilidade. Só assim sairemos maiores", disse.

Demitido semana passada do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta publicou foto ao lado de Sergio Moro. "O trabalho realizado sempre foi técnico. Durante a epidemia trabalhamos mais próximos, sempre pensando no bem comum. O país agradece! Outras lutas virão!", escreveu.

Figura influente no meio militar, o general da reserva Eduardo Villas Bôas disse que se "identificou" com Sergio Moro, mas evitou comentar sobre a situação política do governo. "Está muito cedo para avaliar as consequências. Só tenho a lamentar do ponto de vista pessoal", ponderou.

Ex-aliada, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) usou o Twitter para criticar o presidente. "Dá vontade de chorar ao ver a coletiva do Moro. O presidente foi canalha com o ministro que representa o combate à corrupção. Bolsonaro traiu Moro. Ele quer uma PF que cometa crimes, que passe informações sigilosas pra ele, que salve seus filhos da cadeia", escreveu.

Após o pedido de demissão, Sergio Moro recebeu convites dos governadores do Rio, Wilson Witzel (PSC), e Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL). "Assisto com tristeza ao pedido de demissão do ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro. Ficaria honrado com sua presença em meu governo. Vossa excelência tem carta branca sempre", escreveu Witzel. "Brasileiros perdem com a saída de Sergio Moro, sinônimo de luta contra a corrupção. Seu trabalho sempre foi correto e ético. Será bem-vindo aqui", disse Moisés.

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