Segundo o mandatário, a decisão do magistrado quase provocou "uma crise institucional". Moraes acatou mandado de segurança impetrado pelo PDT que questionava a ligação de Ramagem com a família de Bolsonaro e a possibilidade de interferência do presidente na PF. "Desautorizar o presidente da República com uma canetada dizendo 'impessoalidade'? Ontem quase tivermos uma crise institucional, quase, faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição", frisou o presidente.
Questionado sobre a possível crise institucional, Bolsonaro disse que não entraria em detalhes. Bolsonaro cobrou coerência de Moraes para também desautorizar Ramagem na direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo ele, se Ramagem não tem confiança para estar na PF também não poderia estar na Abin, cargo que ocupava antes de ser nomeado para a PF.
"Essa decisão do senhor Alexandre de Moraes ontem, tá certo, no meu entender falta um complemento para mostrar que não é uma coisa voltada pessoalmente para o senhor Jair Bolsonaro. Falta ele decidir se o Ramagem pode ou não continuar na Abin. É isso que eu espero dele", disse.
O chefe do Executivo cobrou um posicionamento imediato do ministro. "Se ele (Moraes) não se posicionar ele está abrindo a guarda para eu nomear o Ramagem independente da liminar dele. É isso que nós não queremos. Queremos o respeito de dupla mão entre os Poderes", afirmou.
O presidente afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) irá recorrer da decisão liminar de Moraes, mas que o governo estuda outros nomes para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
"Eu pretendo o mais rápido possível, né, sem atropelo, indicar o diretor-geral, que é competência minha indicar. Quero o mais rápido possível dar tranquilidade para a Polícia Federal trabalhar". Bolsonaro fez essas afirmações na saída do Palácio da Alvorada, antes de embarcar para Porto Alegre.