
Rio - Nunca antes na história deste país um presidente havia recebido tantos pedidos de impeachment em tão pouco tempo de governo quanto Jair Bolsonaro. Em quase 16 meses, o número de representações para retirá-lo do mais alto posto do Brasil já chega a 31. Desse total, pelo menos sete ocorreram depois que o ex-ministro Sergio Moro pediu demissão.
Os sinais não são favoráveis ao presidente, já que dois de seus ex-maiores aliados, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Partido Social Liberal (PSL), encabeçam pedidos para sua saída. Para saber como enxergam o atual cenário, O DIA procurou os deputados federais eleitos pelo Rio de Janeiro e perguntou se eles são favoráveis a um eventual impeachment de Bolsonaro e quais seriam os motivos.
Apesar de não ter demonstrado intenção de apreciar qualquer um dos pedidos, caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o andamento ou não de cada um dos processos. Alessandro Molon, Alexandre Frota, Carlos Lupi, Ciro Gomes e Kim Kataguiri são alguns dos responsáveis pela entrada nos pedidos.
Na última quarta-feira, deputados do PSB também apresentaram o mais novo requerimento para o afastamento de Bolsonaro. O pedido foi assinado por 16 dos 30 membros da bancada do partido na Câmara.
ONZE CRIMES
Ao todo, 11 crimes de responsabilidade foram apresentados, divididos em três partes: as denúncias de Moro sobre uma possível interferência do presidente na Polícia Federal, crimes contra a democracia e instituições e relacionados à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o levantamento de O DIA, que procurou os 46 deputados da bancada fluminense ao longo desta semana, 43% deles se mostraram contrários à saída do presidente Bolsonaro.
Outros 21% dos parlamentares afirmam que votariam a favor do impeachment. Já 16% não souberam responder e 20% não deram qualquer retorno às ligações, mensagens de celular ou e-mails enviados pela equipe de reportagem.
Entre aqueles que não responderam as solicitações da reportagem estão: Daniela do Waguinho (MDB), Gelson Azevedo (PL), Luiz Antônio Correa (PL), Soraya Santos (PL), Marcão Gomes (PL), Juninho do Pneu (DEM), Christino Áureo (PP) e Paulo Ramos (PDT).
Também houve aqueles que escolheram não escolher um lado, mas opinaram sobre a necessidade de investigação. Foi o caso do ex-colega de legenda do presidente, Lourival Gomes (PSL), que disse ser a favor de que haja uma investigação. "Acho que todos devem ser investigados na forma lei, e, se existir ilegalidade, que haja a punição para o culpado ou os culpados", disse o parlamentar.
Para Paulo Ganime, do partido NOVO, falar em impeachment nesse momento é agir de maneira precipitada: "Ainda não temos as informações suficientes para definir uma posição (...). É preciso apurar as denúncias e, se for provado algum crime de responsabilidade, deve-se iniciar o processo. Caso contrário, não", pontuou.
Além deles, outros sete parlamentares disseram não se disseram contra ou a favor ao impeachment do presidente: Alexandre Serfiotis (PSD), Chiquinho Brazão (AVANTE), Dr. Luizinho (PP), Jorge Braz (REPUBLICANOS), Otoni de Paula (PSC) e Rosângela Gomes (REPUBLICANOS).
Benedita da Silva (PT)
Chico D’Angelo (PDT)
David Miranda (PSOL)
Glauber Braga (PSOL)
Jandira Feghali (PCdoB)
Marcelo Calero (CIDADANIA)
Marcelo Freixo (PSOL)
Talíria Petrone (PSOL)
Deputados contrários ao impeachment
Áureo Ribeiro (SOLIDARIEDADE)
Carlos Jordy (PSL)
Chris Tonietto (PSL)
Clarissa Garotinho (PROS)
Daniel Silveira (PSL)
Delegado Antonio Furtado (PSL)
Felício Laterça (PSL)
Flordelis (PSD)
Gutemberg Reis (MDB)
Helio Lopes (PSL)
Hugo Leal (PSD)
Luiz Lima (PSL)
Major Fabiana (PSL)
Márcio Labre (PSL)
Pedro Paulo (DEM)
Prof. Joziel (PSL)
Sargento Gurgel (PSL)
Sóstenes Cavalcante (DEM)
Vinícius Farah (MDB)
Wladimir Garotinho (PRP)
Não sabe ou prefere não opinar
Alexandre Serfiotis (PSD)
Chiquinho Brazão (AVANTE)
Dr. Luizinho (PP)
Jorge Braz (REPUBLICANOS)
Otoni de Paula (PSC)
Paulo Ganime (NOVO)
Rosângela Gomes (REPUBLICANOS)
Lourival Gomes (PSL)
Não responderam
Daniela do Waguinho (MDB)
Gelson Azevedo (PL)
Luiz Antônio Correa (PL)
Soraya Santos (PL)
Marcão Gomes (PL)
Juninho do Pneu (DEM)
Christino Áureo (PP)
Rodrigo Maia (DEM)
Paulo Ramos (PDT)