Em conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que os sintomas começaram no domingo, "com uma certa indisposição, e se agravou na segunda-feira, com mal-estar, cansaço, um pouco de dor muscular e a febre chegou a bater 38ºC. Com esses sintomas, fomos fazer uma tomografia no Hospital das Forças Armadas. Os pulmões estavam limpos, ou seja, não tinha nada de opaco", disse.
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A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) informou, por meio de nota, que o presidente está bem e repousa no Palácio do Alvorada. "O resultado do teste de covid-19 feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite dessa segunda-feira, e disponibilizado na manhã de hoje, apresentou diagnóstico positivo. O presidente mantém bom estado de saúde e está, nesse momento, no Palácio da Alvorada", informou a nota oficial.
Ele já havia anunciado, ainda na segunda-feira, que estava com suspeita do vírus. "Eu vim agora do hospital, fiz uma 'chapa' de pulmão. Tá tudo limpo. Vou fazer exame do covid agora, mas tá tudo bem", afirmou a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. Ele usava máscara durante a conversa e pediu que as pessoas não chegassem perto dele. "Não pode chegar muito perto não, tá. Recomendação para todo mundo", disse.
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Presidente Jair Bolsonaro
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Presidente Jair Bolsonaro
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Presidente Jair Bolsonaro contrariou recomendações médicas diversas vezes
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Bolsonaro é acusado de crimes contra a humanidade pelo PDT por causa do enfrentamento ao coronavírus
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Presidente Jair Bolsonaro contrariou recomendações médicas diversas vezes
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Presidente Jair Bolsonaro contrariou recomendações médicas diversas vezes
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Presidente Jair Bolsonaro contrariou recomendações médicas diversas vezes
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Presidente Jair Bolsonaro contrariou recomendações médicas diversas vezes
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Ainda na segunda-feira, assessores do presidente também fizeram exames, porém, se submeteram a testes rápidos, imprecisos para detectar a covid-19. Foram os casos dos ministros Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). O teste rápido detecta a presença de anticorpos para o vírus no sangue que só são identificáveis a partir do sétimo dia do surgimento dos sintomas da infecção.
Segundo a agenda oficial, o presidente esteve com seis ministros e um secretário especial na segunda-feira. Alguns assessores, como os ministros Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), também realizaram o exame e despacharam no Palácio do Planalto nesta terça-feira. Bolsonaro tinha uma audiência agendada com Ramos no Palácio do Planalto, às 15h.
As reuniões na segunda-feira foram com Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Levi Mello (Advocacia-Geral da União). A última agenda ocorreu às 16h40 com o secretário especial de Cultura, Mário Frias.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL- GO), também se reuniu com Bolsonaro, mas em um encontro reservado fora da agenda. O parlamentar aguardava os resultados do exame do presidente para se submeter a um teste. Major Vitor Hugo e Bolsonaro almoçaram juntos no Palácio do Planalto em um encontro fora da agenda. O parlamentar entrou na lista de cotados para o Ministério da Educação.
Embaixador
No sábado, dia 4, Bolsonaro foi à residência do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, com ministros e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. Ele não usou máscara e se confraternizou com abraços, de acordo com imagens divulgadas pela Presidência da República. Na sexta-feira, houve um almoço no Palácio da Alvorada com ministros e empresários - também com apertos de mão, abraços e sem máscara.
Em março, o presidente havia feito três testes para a doença, após viagem oficial aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente Donald Trump. Pelo menos 23 pessoas da comitiva brasileira foram diagnosticadas com a covid-19. Na ocasião, Bolsonaro anunciou que o resultado foi negativo, mas se recusou a mostrar os exames.
Os documentos foram divulgados depois de o Estadão entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), para obrigar que a informação fosse divulgada em nome do interesse público.