'Peguei covid-19 fazendo o que amo', diz médico em publicação antes de morrer
Médico Lucas Augusto Pires, que ficou conhecido por participar, em 2019, de uma iniciativa inédita no Brasil para separar gêmeas siamesas, morreu neste sábado no Paraná
São Paulo - Lucas Augusto Pires, médico que foi contaminado pela Covid-19 , fez uma postagem emocionante em seu perfil no Twitter antes de ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva. No último sábado, ele não resistiu e morreu pela doença em um hospital de Maringá, região Norte do Paraná.
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“Estou indo nesse momento para UTI, devido a um agravamento do quadro de Covid-19 . Ficarei incomunicável, mas, desde já, agradeço aos amigos pelas orações. Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez. Sei que meu Deus é soberano sobre todas as coisas, seus caminhos e propósitos são sempre justos e perfeitos e que no fim, todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito. Amém”, escreveu Lucas na rede social.
Pires atuava na linha de frente de combate ao novo coronavírus (Sars-coV-2) no Instituto de Saúde Bom Jesus, em Ivaiporã, também na região norte do Paraná.
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Por meio de nota, o Instituto de Saúde Bom Jesus declarou solidariedade aos familiares e amigos. "Neurocirurgião, Dr. Lucas deixa amigos e colegas e em sua passagem por Ivaiporã, embora encurtada pela fatalidade, ficará marcada pelo exemplo de grande dedicação profissional", disse o hospital.
Também por meio de nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) lamentou a morte e disse que Lucas foi mais um dos profissionais do estado vítima da Covid-19. "Formado pela Universidade Federal do Paraná, era especialista em neurocirurgia e atuava na região de Ivaiporã. Deixa esposa, também médica, e dois filhos", diz a nota.
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O médico ficou conhecido por participar de uma iniciativa inédita no Brasil para separar gêmeas siamesas Lis e Mel, que nasceram unidas pela cabeça, em janeiro do ano passado.
A cirurgia foi realizada em cinco etapas, envolvendo especialistas norte-americanos e uma equipe multidisciplinar do Hospital das Clínicas da USP, em Ribeirão Preto (SP), e foi comandada pelo professor e neurocirurgião Hélio Rubens Machado.