O jornalista morreu no dia do aniversário da mulher, Denise. Além dela, deixa os filhos Antônio, Vitória, a enteada Dominique e os netos Pierre, Timothée e Guillaume. "Amado pela sua gentileza e integridade fora do comum, deixa um legado extraordinário de escritos talentosos e o exemplo do seu amor à família", disse o filho Antônio.
Depois de trabalhar como correspondente na França, Pedro atuou como editor de diversas revistas do grupo Abril na década de 1980. Nos anos seguintes, atuou no setor público. Foi assessor de imprensa do governo do Estado de São Paulo (1984 a 1994) e da Secretaria de Segurança Pública (1992-1994).
Sucessor de Pedro como correspondente da Veja em Paris, o jornalista Marco Antônio Rezende disse que o colega se destacava pelas entrevistas. "Ele desarmava seus entrevistados com perguntas inesperadas, agudas", lembra.
A família informou que, poucos dias antes de morrer, Pedro havia terminado de escrever suas memórias pessoais e profissionais. "Parece que terminou e finalmente pôde descansar. Não era homem de deixar um trabalho inacabado", comenta Antônio. Os escritos ainda não têm previsão de publicação.
Pedro começou sua careira na editoria de internacional da Veja junto com o também jornalista Silvio Lancelotti, atualmente comentarista esportivo. "Foi ainda nos tempos dos números zero, em 1968", conta. "Era um cavalheiro em tudo, no pessoal e no profissional. Depois da Veja, seguimos rumos diversos, sem que perdêssemos o contato nem que diminuísse o nosso afeto mútuo."
Pedro escreveu diversos artigos para a seção Espaço Aberto, do Estadão. Em publicação recente, de 2018, abordou os desafios da imprensa em meio à disseminação de fake news. "Leitores de fake news costumam sacar palavras isoladas, à procura de qualquer coisa que venha confirmar opiniões preconcebidas. Se algo parece contrariá-los, buscam desconsiderar a argumentação afirmando que "não há fumaça sem fogo" ou que o desmentido foi escrito por alguém vendido a grupos interessados", escreveu.