Presidente Jair Bolsonaro - Alan Santos
Presidente Jair BolsonaroAlan Santos
Por iG
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) garantiu que não há nenhuma possibilidade de conversar com o governador João Doria. "Diálogo zero", afirmou.

"Eu não converso com uma pessoa que usou meu nome nas eleições e poucos meses depois começou a me atacar visando me desgastar e assim atrapalhar a politica brasileira. Tudo isso pensando nas futuras eleições, não dá para conversar com esse tipo de gente que não tem qualquer responsabilidade com a vida do próximo", declarou o presidente.

Questionado pela imprensa, após realizar agenda no interior de São Paulo, sobre o imbróglio da compra da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, o presidente acusou o governador de São Paulo de distorcer a fala do ministro Eduardo Pazuello.

No fim da manhã de hoje, ainda durante a entrevista aos jornalistas, Bolsonaro disse que mandou cancelar o protocolo de intenções da compra da CoronaVac. "Não abro mão da minha autoridade", afirmou o presidente.

"E o Doria acabando a videoconferência correu para a imprensa para falar que ele havia assinado um protocolo para aquisição de vacina chinesa. Essas são as palavras dele. Inclusive tem um vídeo do senhor João Doria, em que ele diz que obrigaria os 40 milhões de habitantes de São Paulo a se vacinar, atitude autoritária que dispensa comentários", acrescentou Bolsonaro.
Ele garantiu que nenhuma vacina será "comprada" antes da comprovação científica por parte das autoridades de Saúde do governo e da Anvisa. "Destinamos recursos para a Oxford, não para comprar a vacina apenas, mas para participar da pesquisa e com uma cota de quantidade de vacina para nós. Nada será despendido agora para comprarmos uma vacina chinesa que eu desconheço, mas parece que nenhum país do mundo esta interessada nela", disse.

O presidente destacou que está "perfeitamente afinado com o Ministério da Saúde trabalhando em busca de uma vacina confiável, nada mais além disso".

"Fora disso, é tudo jogo politico desse governador que parece que só sabe fazer isso. Parece que é a ultima cartada dele em busca de popularidade ou resgatar tudo que ele perdeu durante a pandemia", acusou Bolsonaro ao se referir ao João Doria.

As declarações do presidente vão na contramão de uma nota divulgada na terça-feira (20) pelo próprio Ministério da Saúde, que anunciava a intenção de compra.

O texto previa, inclusive, a edição de uma medida provisória para disponibilizar R$ 1,9 bilhão para a aquisição (leia um trecho abaixo).

"Além das vacinas já adquiridas previamente (AtraZeneca e Covax), o Governo Federal assinou protocolo de intenções para a compra de 46 milhões de doses da Butantan-Sinovac, após negociações com o Instituto Butantan. Para tanto, será editada uma nova Medida Provisória para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de R$80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan – o que auxiliará na produção da vacina", diz o texto de terça-feira.