Filipe Sabará - Reprodução / Facebook
Filipe SabaráReprodução / Facebook
Por ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - Em mais um revés para a candidatura de Filipe Sabará (Novo) à prefeitura de São Paulo, o diretório municipal do partido na capital decidiu ontem não indicar um nome para substituir a economista Marina Helena como vice na chapa da legenda. Marina havia desistido de participar da disputa um dia após a executiva nacional do Novo ter enviado à Justiça Eleitoral um pedido de suspensão da candidatura de Sabará.

Com a decisão do partido, a situação de Sabará se complica, pois sua candidatura pode ser impugnada em razão da falta de um candidato a vice. Na semana passada, o Novo havia expulsado Sabará antes de enviar o ofício à Justiça Eleitoral pedindo a anulação da candidatura. A Justiça ainda não se decidiu.

O anúncio da ex-candidata à vice foi feito por ela em suas redes sociais. "Eu me dediquei de corpo e alma nos últimos 8 meses a estudar São Paulo e encontrar soluções reais para a cidade. Infelizmente, dados os últimos acontecimentos, eu não vejo mais ser possível implementar essa agenda e, por isso, renuncio à minha candidatura". Maria Helena trabalhou em 2019 no Ministério da Economia.

Sobre a briga entre Sabará e o Novo, ela disse: "Eu sei que existem diferenças entre eles, mas sei que eles compartilham os mesmos propósitos que me trouxeram à política: a afirmação de valores liberais e o combate à corrupção. Espero que tudo o que aconteceu recentemente os torne mais fortes na busca desses propósitos."

Sabará entrou em rota de colisão com o Novo depois de elogiar o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que cumpre prisão domiciliar por lavagem de dinheiro e caixa 2, por criticar o fundador da legenda, João Amoêdo, e por se alinhar com o discurso do presidente Jair Bolsonaro.

Em sabatina ao Estadão, Sabará acusou a executiva nacional da agremiação de reter recursos que teriam sido doados com o fim de serem repassados à sua campanha. O valor totalizaria R$ 600 mil. Na ocasião, ele criticou o que chamou de "caciquismo" de Amoêdo, que deixou a presidência da sigla em 2019. Amoêdo disse que Sabará "tem postura arrogante, incoerente e vai cair no ostracismo".

Após a renúncia da vice, o Estadão voltou a procurar Sabará, mas o candidato não se manifestou. Nos últimos dias, ele perdeu aliados e auxiliares da campanha. A principal baixa foi Julio Rodrigues, presidente municipal do Novo, que, apesar de ser aliado do candidato, endossou a posição da direção nacional. "Sempre defendi o partido. Somos fiéis às instâncias partidárias " Foi ele quem enviou à Justiça o pedido de retirada do nome de Sabará das urnas.

Chances

A candidatura de Sabará, que será sabatinado nesta segunda-feira, às 8h, na Rádio Eldorado, tem poucas chances de constar na urna, de acordo com especialistas em eleições ouvidos pelo Estadão. "Nosso sistema eleitoral é partidário. Portanto, se o partido retira a candidatura, ela não se sustenta Caberia ao Novo escolher um outro nome como vice, o que não vai acontecer.

Portanto, a chapa já estaria impugnada por estar incompleta. É um imbróglio", afirma o advogado constitucionalista André Jorge, ex-juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Além do embate com a direção, Sabará também enfrenta a oposição de parte dos 34 candidatos à vereador pelo partido. "Acho a posição dele bem delicada e lamento o que está ocorrendo. Não provou publicamente nada contra o partido. Creio que está em uma posição que não se sustenta", disse a candidata a vereadora Cris Monteiro.
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