Quase um terço das mortes de coronavírus se deu na América Latina - Agência Brasil
Quase um terço das mortes de coronavírus se deu na América LatinaAgência Brasil
Por Marina Cardoso
Brasil - Após oito meses desde a primeira morte confirmada por coronavírus, o Brasil superou mais uma triste marcada causada pela pandemia. Neste sábado, o país chegou a marca de 160 mil vidas perdidas decorrentes da covid-19. Com as 190 mortes registradas nas últimas 24h pelo Ministério da Saúde, a soma total chega a 160.074. 
Já o número de casos foi a 5.545.705, com 10.100 diagnósticos positivos confirmados nas últimas 24h. De acordo com o Ministério da Saúde, são 4.980.942 (89,8%) que correspondem aos já recuperados, 404.689 ainda em acompanhamento. Há, ainda, 2.359 mortes em investigação.
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Para Margareth Dalcolmo, pneumologista pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o número de mortes diárias foi reduzido pela metade, mas ainda assim é quadro de óbitos muito alto. "Atualmente, o Brasil tem tido cerca de 500 pessoas, ainda grande por conta da transmissão comunitária. Não creio que o número de mortes vá aumentar, nada indica até o momento. Porém, poder ser que o cenário mude em alguns dias. Mas, a minha visão é que vamos reduzir o número de mortos daqui em diante a não ser que tenhamos uma segunda onda", indica Margareth.
O infectologista Marcos Junqueira Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, acredita que se não houver vacinação em massa no outono do ano que vem os casos podem voltar a aumentar. "Assim como na Europa, eu avalio que sem a imunização podemos ter crescimento dos casos. Por isso, a expectativa é de ter essa vacina no primeiro semestre de 2021", diz ele.
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Ele, ainda, afirma que os leitos não devem ser desativados. "Para uma eventual necessidade, é imprescindível termos os leitos preparados", afirma ele.
No país, o primeiro caso confirmado de infecção do coronavírus foi na capital paulistana. Um homem de 61 anos havia retornado de uma viagem à Itália quando testou positivo para o vírus. Logo depois, o coronavírus começou a se espalhar por São Paulo, que desde então é o estado com maior número de casos confirmados e também de óbitos. A primeira morte também foi confirmada na capital de São Paulo no dia 12 de março. A vítima era uma mulher de 57 anos. 
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Em março, o governo federal publicou decreto de calamidade pública no âmbito da pandemia da
covid-19, com efeitos até 31 de dezembro deste ano. À época, o Brasil tinha 622 casos confirmados e 7 mortes.
Desde a primeira morte confirmada, o Brasil atingiu a marca de 100 mil mortes em 8 de agosto, enquanto os 150 mil óbitos foram contabilizados no dia 10 do mês passado. Também nesta data o Brasil superou os mais de 5 milhões de casos confirmados pelo vírus.
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Polêmica
A pandemia foi marcada pela troca de ministros da Saúde, com a saída de Luiz Henrique Mandetta pedida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 16 de abril, e de Nelson Teich, que ficou menos de um mês no cargo. Os dois tiveram divergências com Bolsonaro sobre a condução da pandemia e sobre o uso da hidroxicloroquina. Bolsonaro prega o uso de um remédio sem comprovação científica contra a covid-19.
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Com a saída de Teich, a pasta da Saúde ficou com ministro interino por quase 100 dias. Após três meses, o general Eduardo Pazuello assumiu como ministro em 14 de setembro.
De lá para cá, diversas personalidades e políticos testaram positivo para o coronavírus. Entre elas o presidente Bolsonaro confirmou a infecção no dia 7 de julho. Mesmo após o diagnóstico, ele se distanciou e tirou a máscara para confirmar aos jornalistas. 
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Há 11 dias, o ministro da Saúde também testou positivo para o coronavírus. Ele chegou a ser internado em um hospital particular, em Brasília, para tratar um quadro de desidratação. Neste domingo, o Ministério da Saúde confirmou que ele estava recuperado e recebeu alta.
Além disso, a pandemia também foi marcada pelo negacionismo vindos do Palácio do Planalto. “Pelo meu histórico de atleta, seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho” foi o primeiro pronunciamento oficial do presidente Bolsonaro sobre a doença, em 24 de março. O descaso com as mortes continuou nos pronunciamentos seguintes, na porta do Palácio do Planalto. Em 20 de abril, o presidente afirmou que não era 'coveiro', ao ser perguntado sobre o número de mortes; já em 28 de abril, também sobre a mortalidade por covid, Bolsonaro dispara: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre”. 
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