Segundo IBGE, Sauim-de-coleira, espécie encontrada na Amazônia, corre risco de desaparecer - Divulgação/ IBGE
Segundo IBGE, Sauim-de-coleira, espécie encontrada na Amazônia, corre risco de desaparecerDivulgação/ IBGE
Por O Dia
A pesquisa “Contas de Ecossistemas: Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil”, que o IBGE divulgou nesta quinta-feira, mostrou que em 2014 havia 3.299 espécies de animais e plantas ameaçadas no Brasil, o que representava 19,8% do total de 16.645 espécies avaliadas. Dessas espécies ameaçadas, 1.989 estavam na Mata Atlântica.

Atualmente, são reconhecidas no Brasil 49.168 espécies de plantas e 117.096 espécies de animais. Desse total, a pesquisa analisou as 4.617 espécies da flora e as 12.262 espécies da fauna listadas pelo Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (CNCFlora/JBRJ) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para as quais existem informações sobre seu estado de conservação. Elas representam, respectivamente, 11,26% e 10,13% do total de espécies reconhecidas.

O estudo analisou as listas de espécies nacionais oficiais de 2014 e as avaliações sobre a sua conservação, publicadas pelo ICMBio e CNCFlora/JBRJ. As Contas de Espécies Ameaçadas fazem parte das Contas Econômicas Ambientais do IBGE.

Das espécies analisadas, 0,06% estão extintas, 0,01% estão extintas na natureza, 4,73% estão criticamente em perigo, 9,35% estão em perigo, 5,74% são vulneráveis, 3,98% estão quase ameaçadas de extinção, 62,82% são menos preocupantes e 13,33% foram classificadas como dados insuficientes, indicando a necessidade de mais pesquisas para avaliação. São consideradas ameaçadas as espécies nas categorias vulnerável, em perigo e criticamente em perigo.
Biomas

A Mata Atlântica foi o bioma com mais espécies ameaçadas, tanto em números absolutos (1.989) como proporcionalmente (25,0%). Em seguida, vem o Cerrado, com 1.061 espécies ameaçadas, 19,7% do total de espécies do bioma, e a Caatinga (366 espécies, ou 18,2%). O Pampa, apesar de ter um número de espécies ameaçadas menor, (194 espécies), apresenta uma proporção semelhante (14,5%).

Já o Pantanal e a Amazônia têm as maiores proporções de espécies na categoria menos preocupante (88,7% e 84,3%, respectivamente) e, também, o menor percentual de espécies consideradas ameaçadas (3,8% e 4,7%, respectivamente).

Em números absolutos, são 54 espécies ameaçadas no Pantanal e 278 na Amazônia.

A pesquisa analisou a fauna e a flora segundo sua ocorrência nos biomas – Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Mar e ilhas oceânicas – e tipos de ambiente (terrestre, água doce e marinho). Uma mesma espécie pode ocorrer em diferentes biomas e ambientes. Assim, 47,7% das espécies eram observadas na Mata Atlântica, 35,7% na Amazônia, 32,4% no Cerrado, 12,4% no Mar e ilhas, 12,1% na Caatinga, 8,4% no Pantanal e 8,0% no Pampa.

Ao menos dez espécies estão extintas: as aves Maçarico-esquimó (Numenius borealis), Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), Limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), Peito-vermelho-grande (Sturnella defilippii), Arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus), e Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum); o anfíbio Perereca-verde-de-fímbria (Phrynomedusa fimbriata); o mamífero Rato-de-Noronha (Noronhomys vespuccii); e os peixes marinhos Tubarão-dente-de-agulha (Carcharhinus isodon), e Tubarão-lagarto (Schroederichthys bivius).

Além dessas, uma espécie está extinta na natureza (ou seja, depende de programas de reprodução em cativeiro): a ave Mutum-do-Nordeste (Pauxi mitu), observada na Mata Atlântica.