Apesar de não haver como uma vacina ser utilizada no Brasil sem passar pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bolsonaro disse que é preciso aguardar o aval da agência reguladora. "Você não pode, sem que passe pela Anvisa, sem que tenha certificação da Anvisa, você botar a vacina no mercado. Isso é uma irresponsabilidade. Lógico, tendo uma vacina comprovada, a gente vai comprar e vai distribuir para todo o Brasil e aquele que quiser voluntariamente se vacinar, poderá fazer."
O presidente afirmou que o governo federal "fez mais do que sua parte" na atuação de combate à pandemia do novo coronavírus e que o Executivo "garantiu a economia e empregos", mantendo obras mesmo com menos recursos e com a regra do teto de gastos.
"Final do ano passado, a previsão era crescer no trimestre 2,5%, tínhamos previsão no mínimo de 4%, mas infelizmente veio a pandemia, lutamos com a pandemia e orçamento bastante reduzido, tendo em vista a lei do teto, mas governo no meu entender foi bem, garantiu empregos, manutenção de obras, com menos recursos, Brasil estava indo muito bem", disse Bolsonaro, segundo quem o Brasil pode terminar o ano "talvez" com nível de emprego muito próximo ao do final de 2019.
Já tendo chamado o coronavírus de "gripezinha", o presidente afirmou que a "questão da pandemia" foi uma tragédia e que o Brasil teve de conviver com a doença. "Estamos sobrevivendo. Os números têm mostrado que o Brasil em mortes por milhão de habitantes está cada vez mais abaixo do topo do número de mortes", disse, atribuindo a situação ao "tratamento precoce" para combater o vírus. Bolsonaro é defensor da cloroquina para o tratamento do covid-19, mesmo não havendo comprovação científica sobre a eficiência do remédio para combater o novo vírus.
O Brasil contabilizou nesta sexta-feira, 18, a média móvel de 748 mortos pela covid-19, um aumento de 17,06% em uma semana. Nas últimas 24h, foram 811 novos registros de mortes e 52.385 casos confirmados. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde.