O atual vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), foi descartado, o que aumentou as desavenças entre ele e Bolsonaro. Na última semana, Mourão deixou de ser convidado para a reunião ministerial. A relação também foi prejudicada após vazamento de mensagens em que um assessor do vice teria articulado o impeachment do chefe do Palácio do Planalto.
Na visão de Bolsonaro, o candidato para compor sua chapa para reeleição não deve ter exercido mandato parlamentar ou ter influências políticas no Congresso Nacional. O requisito mínimo é motivado pelos mais de 60 pedidos de destituição de Bolsonaro no legislativo. Na visão do presidente, um companheiro sem apoio dos parlamentares pode travar o avanço do processo de impeachment.
A discrição e a confiança em Freitas também são fatores que enchem os olhos de Bolsonaro para colocá-lo na chapa nas próximas eleições. Nos bastidores do Planalto, Tarcísio Freitas é visto como bom ministro e um candidato que não irá interferir na imagem de Jair Bolsonaro, principalmente em entrevistas para a imprensa.
O medo de Bolsonaro é que o filme com Mourão seja repetido em caso de reeleição. Mesmo sendo última opção em 2018, o atual vice-presidente roubou a cena ao dar entrevistas para jornalistas na porta do Palácio do Jaburu, o que incomoda a comitiva do Planalto.
Troca de farpas
A troca de farpas entre Bolsonaro e Mourão ganhou novo capítulo na última sexta-feira (12). O vice afirmou, em entrevista, que Jair Bolsonaro “vai tomar pau” com ou sem auxílio emergencial. Semanas antes, Bolsonaro afirmou que se o vice quisesse indicar ministérios “se candidate em 2022”.
Com a exclusão mais evidente, Hamilton Mourão disse que faltava diálogo entre ele o presidente da república e sentia falta de sua participação no Governo Federal.