A nota da Secretaria-Geral informa que a medida não tem impacto orçamentário, já que haverá somente a antecipação do pagamento, sem acréscimo na despesa prevista para 2021.AFP

Por O Dia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deseja impedir que governadores e prefeitos comprem vacinas contra a Covid-19. A informação é de Josias de Souza, colunista do UOL. 
Em conversa com o colunista do UOL, um executivo da pasta da Saúde informou que Bolsonaro foi taxativo na orientação que deu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo ele, o presidente não admite que o consórcio de prefeitos ou aliança de governadores substituam o governo federal na negociação com os fabricantes de vacinas. "Até porque fariam gentileza com chapéu alheio. Eles compram, mas quem paga sou eu", disse o presidente para a fonte ouvida pelo UOL. 
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Bolsonaro enxerga "motivação política" na corrida à vacina. De acordo com o colunista, ele se irritou com as cartas divulgadas por governadores e prefeitos que o criticaram. Foi movido por esse aborrecimento que reagiu com um insulto à cobrança para que o governo compre mais vacinas: "Só se for na casa da tua mãe! Não tem para vender no mundo". 
O Ministério da Saúde vem diminuindo o novo cronograma de vacinas. Neste mês, o governo federal reduziu a distribuição em 8 milhões de imunizantes, totalizando para março a quantidade de 30 milhões. O novo cronograma descarta a distribuição das doses da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. A pasta havia colocado no calendário, mas a empresa responsável pelo imunizante ainda não tinha entrado com autorização para uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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O calendário já havia sido alterado duas vezes, com a última mudança na quarta-feira. Na primeira vez, o ministério esperava o total de 46 milhões de doses para março, mas diminuiu para 38 milhões. Já na quarta, houve uma queda para 37,4 milhões.
A pasta disse que o cronograma prevê a entrega desses 30 milhões de doses provenientes de acordos com o Instituto Butantan, AstraZeneca/Oxford (Fiocruz) e consórcio Covax Facility. Deste total, serão 23,3 milhões de doses (22,7 milhões + 600 mil doses residuais de fevereiro) do Instituto Butantan, enviadas à pasta em remessas semanais.
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Outros 3,8 milhões da vacina da AstraZeneca/Oxford, previstas para a segunda quinzena do mês, provenientes do primeiro lote produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com matéria-prima importada. Também são esperadas mais 2,9 milhões de doses do mesmo imunizante, adquiridos via consórcio Covax Facility.
"A partir do quantitativo exato de doses recebidas, o Ministério da Saúde organiza a divisão de forma proporcional e igualitária aos estados e Distrito Federal. Posteriormente, as doses são enviadas aos estados, responsáveis pela distribuição dos imunizantes a todos os municípios brasileiros, que aplicarão as vacinas em suas 38 mil salas de vacinação", diz a pasta.