Pacheco não fala em quantidades, mas pede que seja "considerada, pelas autoridades norte-americanas competentes, a eventual concessão de autorização especial que permita a aquisição, pelo governo brasileiro, de doses de vacina estocadas nos EUA e ainda sem a previsão de serem utilizadas localmente". O senador afirma que o compartilhamento do estoque daria "impulso decisivo" na imunização dos brasileiros.
O apelo do Congresso Nacional ocorreu após o presidente Joe Biden autorizar a remessa de 2,5 milhões de doses ao México - os imunizantes estavam sem uso. O Brasil fez menção à mesma vacina liberada ao México, a AstraZeneca/Oxford, já em uso no Brasil. A Casa Branca diz ter 7 milhões de doses disponíveis e sofreu pressão da comunidade internacional para distribuí-las.
Os EUA ainda não possuem autorização para uso emergencial da vacina da Astrazeneca, que está na terceira fase de estudos nos país. O jornal The New York Times revelou que há pedidos de países, endossados pela própria farmacêutica, para que os EUA enviem as doses adquiridas do imunizante aos que já podem aplicá-las, como o Brasil.
Pacheco também afirma que esse gesto humanitário proposto seria a forma mais eficaz de conter a propagação da epidemia no seu "atual epicentro". "Toda a comunidade internacional ganharia, em segurança sanitária e estima moral", argumentou o senador.
O ofício foi endereçado a Kamala Harris porque, além de vice-presidente, ela preside o Senado dos EUA. A senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores, protocolou o documento na embaixada norte-americana em Brasília e no Itamaraty. Ela repetiu o discurso de congressistas, de que o governo brasileiro não é formado somente pelo presidente Jair Bolsonaro. "O Senado da República está se movimentando para ajudar o Brasil a enfrentar esta pandemia. O governo não é só Executivo. O governo é Executivo, é Legislativo e Judiciário", disse ela.
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