Segundo o levantamento, o Brasil não trata metade dos detritos que gera, jogando na natureza o equivalente a 5,3 mil piscinas olímpicas diariamente
Segundo o levantamento, o Brasil não trata metade dos detritos que gera, jogando na natureza o equivalente a 5,3 mil piscinas olímpicas diariamenteDivulgação / Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Por Maria Clara Matturo*
Rio - Em meio a uma necessidade eminente de condições de higienização, diante de uma pandemia, cerca de 35 milhões de pessoas ainda não tem acesso à água tratada no Brasil, segundo o Ranking do Saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil nesta segunda-feira. Dessa estimativa, 5,5 milhões de cidadãos que não tem o recurso estão concentrados nas 100 maiores cidades do país. O número é ainda mais alarmante quando se trata da coleta de esgoto, que não chega para 100 milhões de brasileiros. Esse número revela que o Brasil não trata metade dos detritos que gera, jogando na natureza o equivalente a 5,3 mil piscinas olímpicas diariamente. 
O estado do Rio, que tem vivido uma crise no abastecimento de água, com relatos diários de mau cheiro e gosto por parte dos moradores, aparece em 43º lugar em saneamento básico na lista dos 100 maiores municípios do país. Somente este ano, cariocas já sofreram com a alteração no fornecimento de água por duas vezes.
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Entre 2012 e 2019, a população com acesso à rede de água teve um pequeno aumento de 82,7% com acesso para 83,7%, assim como nas 100 maiores cidades que passaram de 93,45% com acesso para 93,51%. Em sete anos de comparação, o país saiu de 48,3% da população com rede de esgoto para 54,1%, enquanto nos 100 maiores municípios foi de 69,39% para 74,47%. Além disso, o país tratava, em 2012, 38,7% do esgoto gerado e foi para 49,1% em 2019, enquanto nos maiores municípios o índice passou de 48,8% para 62,17%.
Melhores cidades em saneamento básico
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No ranking, das dez melhores cidades em saneamento básico, nove são municípios paulistas, incluindo a capital do estado que apareceu como melhor colocada pela primeira vez. Os municípios, pela ordem do ranking, são: são Santos, Maringá, Uberlândia (MG), Franca, Limeira, Piracicaba, Cascavel, São Paulo, São José do Rio Preto e Suzano. 
Piores cidades em saneamento básico
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Já entre as dez cidades com pior saneamento básico, municípios fluminenses dominam a lista, ocupando quatro posições. As cidades, pela ordem do ranking, são: Macapá (AP), Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), São João de Meriti (RJ), Belém (PA), Santarém (PA), São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ), Rio Branco (AC) e Belford Roxo (RJ).
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro