Publicado 03/03/2021 18:52 | Atualizado 04/03/2021 22:29
Rio - Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil bateu um novo recorde no número de mortes registradas nas últimas 24h, foram 1.910 vítimas da covid-19, de acordo com o painel do Conass, que reúne dados das Secretarias de Saúde dos estados. Na prática, esse número representa uma morte a cada 45 segundos. Ao todo, 259.271 óbitos foram registrados desde o início da pandemia.
Outros 71.704 novos casos também foram contabilizados nas últimas 24h, totalizando 10.718.630 infectados.
Na lista de estados com mais casos de contaminação pelo vírus, São Paulo aparece em primeiro lugar, 2.068.616 casos e 60.381 mortes registras, seguido de Minas Gerais, com 893.645 casos e 18.872 óbitos; Bahia com 694.783 casos e 12.140 mortos e Santa Catarina, com 688.600 casos e 7.618 óbitos registrados.
Desde o início da pandemia, em março do ano passado, essa é a primeira vez que todos os estados estão em situação crítica pela doença. De acordo com o Boletim divulgado pela Fiocruz, entre as 27 capitais brasileiras, 20 estão com taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos em 80% ou mais.
O negacionismo de Bolsonaro
O número de óbitos registrados nesta quarta-feira não é tão surpreendente para algumas pessoas, que esperavam colher o resultado de um cotidiano negligente em relação às medidas de prevenção. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro e as figuras públicas que o apoiam fizeram discursos negacionistas, indo contra as medidas de restrição e a favor de medicamentos sem comprovação científica.
Nesta terça-feira, mesmo após o Brasil ter batido o recorde com 1.726 mortes registradas, Bolsonaro voltou a minimizar os efeitos da doença durante uma conversa com apoiadores. "Criaram o pânico. O problema está aí, lamentamos, mas você não pode viver em pânico. Que nem a política, de novo, do 'Fique em Casa'. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?", disse o presidente.
O cenário da vacinação
Até o dia de hoje, segundo o Conass, o Brasil aplicou 9.604.924 de doses das vacinas anticovid, que representa menos de 4% da população do país. Assim como o cenário de combate à doença, o quadro de imunização no país é marcado pela lentidão e falta de investimentos. Além de ter demorado meses para começar a vacinar, em comparação com outros países, diversas capitais brasileiras sofrem com a falta de doses e já tiveram, inclusive, que paralisar suas campanhas de vacinação momentaneamente, como é o caso do Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e Cuiabá.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde enviou a todos os estados e o Distrito Federal mais 2.552.820 doses da vacina CoronaVac. Após seis meses de espera, a pasta também deve anunciar em breve a compra da vacina da Pfizer. A informação divulgada hoje é que 100 milhões de doses devem chegar ao Brasil até o final do ano.
Também nesta quarta, o Ministério da Saúde anunciou a previsão da chegada de 400 mil doses da vacina Sputnik V, desenvolvida na Rússia pelo laboratório Centro Gamaleya, até o fim de março. Ao todo, até maio, o Brasil receberá 10 milhões de imunizantes russos. A vacina, porém, ainda não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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