Nardoni foi condenado por matar a filha, Isabella, em 2008. Roger Abdelmassih é suspeito de fraudar declarações do seu estado de saúde
Nardoni foi condenado por matar a filha, Isabella, em 2008. Roger Abdelmassih é suspeito de fraudar declarações do seu estado de saúdeALEX SILVA / ESTADÃO CONTEÚDO
Por O Dia
Após exatamente um mês da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quinta-feira (8), o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e Monique Medeiros, mãe do menino. A investigação descobriu que Dr. Jairinho agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e que a mãe sabia disso pelo menos desde fevereiro.
A morte de Henry Borel está sendo comparada ao caso da menina Isabella Nardoni, assassinada na noite de 29 de março de 2008, aos 5 anos de idade pelo pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá.
Publicidade
Na época, o crime ganhou repercussão nacional e os dois foram condenados por homicídio doloso qualificado.
Nas redes, o termo ‘Nardoni’ se tornou um dos assuntos mais comentados de hoje, com comparações entre os dois casos.
Publicidade
Caso Isabella Nardoni
A menina Isabella Nardoni, de 5 anos, foi encontrada morta, no dia 29 de março de 2008, após ser jogada da janela do sexto andar do apartamento em que morava com a madrasta Anna Carolina Jatobá e o pai, Alexandre Nardoni, na zona norte de São Paulo. Nesse apartamento moravam, além do pai de Isabella, a madrasta da menina e dois filhos do casal, um de onze meses e outro de três anos. Quando a ambulância chegou, a menina já estava morta.
Publicidade
Em depoimento, Alexandre Nardoni teria afirmado que o prédio onde mora foi assaltado e a menina teria sido jogada por um dos bandidos. Porém de acordo com a imprensa, ele teria dito que havia deixado Anna Carolina Jatobá e os dois filhos do casal no carro e subiu para colocar Isabella, que já dormia, na cama. O pai da vítima teria descido para ajudar a carregar as outras duas crianças e, ao voltar ao apartamento, viu a tela cortada e a filha caída no gramado em frente ao prédio. Entre o momento de colocar a filha na cama e a volta ao quarto teriam passado de 5 a 10 minutos, de acordo com o depoimento do pai.
Dias depois, a investigação constatou que a tela de proteção da janela do apartamento foi cortada para que a menina fosse jogada e que havia marcas de sangue no quarto da criança, contrariando a versão de Alexandre Nardoni.
Publicidade
O caso atraiu holofotes do Brasil inteiro e após dois anos de investigações intensas sobre o caso, de acordo com o julgamento do casal, as provas periciais colocaram o pai e a madrasta na cena do crime. Ficou esclarecido que Anna Carolina Jatobá enforcou Isabella, enquanto Alexandre Nardoni, cortou a tela de proteção do apartamento e jogou o corpo da própria filha do sexto andar.
Condenação do Casal
Publicidade
A condenação do casal ocorreu em 2010. Alexandre Nardoni recebeu a pena de 31 anos, um mês e dez dias de prisão. Já Anna Carolina Jatobá foi condenada a 26 anos e 8 meses de cadeia. 
Por bom comportamento e por nunca ter tido uma infração disciplinar no presídio de Tremembé (SP), onde estava desde maio de 2008, Anna Carolina Jatobá obteve, no dia 17 de julho de 2017, o direito de progressão para o regime semiaberto. Com a decisão, Jatobá teria direito de deixar a penitenciária até cinco vezes ao ano para saídas temporárias para visitar a família em feriados, no decorrer do ano. Cada uma dessas saídas poderia durar até sete dias corridos.
Publicidade
Porém, em julho do ano passado, ela perdeu o direito ao regime semiaberto após ter sido flagrada em uma videoconferência com os filhos dentro da penitenciária.
Já a progressão de Alexandre Nardoni foi concedida em abril de 2019. Nardoni tem o direito de trabalhar fora da cadeia ou fazer cursos durante o dia, voltando à cela à noite. Em casos de grande repercussão, a Justiça costuma pedir exame criminológico para atestar que o acusado não vai trazer riscos à sociedade quando em liberdade e no laudo desse exame, seis peritos judiciais teriam dito que Nardoni é um "preso de ótimo comportamento, capaz de criar e manter vínculos afetivos".
Publicidade
Até hoje, tanto a madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, quanto Alexandre Nardoni, pai da vítima, alegam inocência no caso.