A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.
A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.reprodução
Por O Dia
Em entrevista concedida nesta sexta-feira, 23, à "TV Crítica", do Amazonas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as Forças Armadas poderão ir às ruas garantir a ordem no país. Isso no caso se a política de medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores contra o coronavírus promova o que chamou de "caos". Bolsonaro disse ainda que, se preciso, o Exército será convocado para "restabelecer todo o artigo 5º da Constituição", que fala sobre os direitos individuais da população.
Para o presidente, as medidas que promovem o distanciamento social estariam indo de encontro à Constituição, que garante as liberdades para o cidadão. O STF deu o aval para que governantes locais adotassem medidas restritivas durante a pandemia.

O novo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, afirmou mais cedo que a instituição é um "vetor de estabilidade".

"O nosso Exército, se precisar, iremos para as ruas não para manter o povo dentro de casa mas para restabelecer todo o artigo 5 da Constituição. E se eu decretar isso vai ser cumprido esse decreto. As Forças Armadas podem ir para a rua sim. Para fazer valer o artigo 5, direito de ir e vir, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, prefeitos", afirmou Bolsonaro.

Neste mês, em um post nas suas redes sociais, Jair Bolsonaro fez uma referência ao que chama de "caos". Na época, afirmou que "cada vez mais a população está ficando sem emprego, renda e meios de sobrevivência... O caos bate na porta dos brasileiros. Pergunte o que cada um de nós poderá fazer pelo Brasil e sua liberdade e... prepare-se".

Durante a entrevista na sexta-feira, dia 23, Bolsonaro disse que, em caso problemas com as políticas de quarentena, tem o plano de "como entrar em campo".
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"Agora, eu não posso extrapolar. Isso que alguns querem, que extrapole. Estou junto com os 23 ministros, da Damares ao Braga Netto, praticamente conversado sobre isso daí: o que fazer se um caos generalizado se implantar no Brasil. Pela fome, pela maneira covarde que alguns querem impor essas medidas restritivas para o povo ficar dentro de casa. O caldo não entornou ano passado em função do auxílio emergencial", afirmou.

O presidente, entretanto, disse que não poderia manter o auxílio emergencial em R$ 600, valor que foi pago até o ano passado.

"Isso tem prejudicado a família brasileira. O número de suicídio tem aumentado, o desespero... Vamos temer o vírus, mas o desemprego não pode ser abandonado", disse.