A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.
A indicação de militares para ministérios e cargos relevantes no governo federal atingiu níveis inéditos na gestão de Jair Bolsonaro desde o fim da ditadura militar.reprodução
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Um dia antes da instalação da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 26, que "está chegando a hora de o Brasil dar um novo grito de independência". Em evento na Bahia, Bolsonaro criticou "pseudo-governadores" pela imposição, segundo ele, de uma "ditadura" ao adotarem medidas restritivas para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
"Está chegando a hora, pessoal. Está chegando a hora de o Brasil dar um novo grito de independência. Não podemos admitir alguns pseudo-governadores quererem impor a ditadura no meio de vocês usando do vírus subjugá-los", afirmou Bolsonaro durante evento em Feira de Santana (BA) para entrega de trecho de 22 quilômetros de duplicação da BR-101.
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Na semana passada, após seguidas declarações de que "seu Exército" não iria às ruas contra o povo, o chefe do Executivo disse que as Forças Armadas podem "acabar com essa covardia de toque de recolher". As tropas, de acordo com ele, fariam valer o artigo 5º da Constituição para garantir o direito de ir e vir das pessoas.
Nesta segunda, Bolsonaro também recorreu ao seu discurso adotado desde o início da pandemia sobre o governo ter se preocupado com o vírus e com o impacto da pandemia nos empregos. Contrário às medidas de restrições adotadas para combater a crise sanitária, o presidente ressaltou que os fechamentos do comércio não foram fruto de ações do governo federal.
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"Não foi o governo federal que obrigou vocês a ficar em casa, não foi o governo que fechou o comércio, não foi o governo federal que destruiu milhões de empregos", declarou. "Pode ter certeza, esse suplício está chegando ao fim. Brevemente voltaremos à normalidade com o apoio de todos."
'No meio do povo'
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Ao iniciar seu discurso, Bolsonaro também destacou a presença do público no local. "Pedi para liberar o povo para vir para cá porque um evento como esse sem povo não existe", disse. Em tom de pré-campanha, o presidente disse que sempre estará no "meio do povo" e que a população dá o "norte" para todos os políticos do Brasil. "Nós faremos sempre o que o povo quiser, tenho certeza disso", comentou.
"Nós estamos em qualquer local dos 8 milhões de quilômetros quadrados é o nosso compromisso com todos os brasileiros, independente de qual partido ou de quem esteja na frente do governo do Estado. Nós não discriminamos ninguém", afirmou em referência à atuação do seu governo.
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Antes do evento, Bolsonaro foi filmado sem máscara, cumprimentando apoiadores, que se aglomeraram apoiados em uma grade de proteção para ver o presidente. Em uma transmissão pelas redes sociais de um dos seus assessores, o presidente também foi visto percorrendo trecho de carro com o corpo para fora do veículo, que circulava com as portas abertas.