A mãe do menino prestou depoimento na 1º Delegacia de Defesa da Mulher, no Cambuci, no início da madrugada desta terça-feira, por volta da meia-noite. Às 5h30 foi levada para o 89ºDP, no Portal do Morumbi, onde há uma carceragem feminina. A polícia não divulgou o que ela disse no depoimento.
As investigações apontavam que a mãe do menino teria agredido o próprio filho até a morte na última segunda-feira, 10. Ele foi socorrido para a Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos. O Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado informa que Gael foi encontrado desacordado na cozinha pela tia-avó, próximo à mãe.
Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local, o menino estava em parada cardiorrespiratória. No caminho para o hospital, a equipe de saúde tentou reanima-lo, mas assim que chegou à unidade de saúde a morte dele foi constatada.
O próprio Samu acionou a Polícia Militar (PM) e informou que a mãe do menino teria passado por um surto psicótico. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo disse que a mãe foi encontrada em estado de choque. Ela foi encaminhada ao Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, para ser medicada.
Cerca de cinco minutos depois, começou a ouvir barulhos fortes de batidas na parede e acreditou que viriam de outro apartamento. Em seguida, ela passou a ouvir o barulho de vidro quebrando na cozinha e, quando chegou ao cômodo, a criança estava deitada no chão com vômito e coberta por uma toalha de mesa.
A mulher perguntou à mãe o que teria acontecido, mas ela não respondeu. A tia-avó informou que a mãe de Gael já havia sido internada outras vezes, mas não soube dizer se havia sido por motivos psiquiátricos.
O médico do Samu que socorreu a criança no apartamento, Washington Canedo, disse que também tentou falar com a mãe de Gael para saber o que tinha acontecido, mas ela também não respondeu.
"A mãe, o tempo inteiro, encontrava-se na cozinha. Nossa equipe tentou diversas vezes coletar informação, mas acho que devido ao trauma, ao choque, à situação toda, ela não estava responsiva. Quem nos dava informação era somente a avó e a irmã menor de idade", disse ele ainda na segunda-feira.