Números de 2019 mostram uma perda de 40%; uma redução deste índice para 25% seria capaz de atender a todas as favelas por quase três anos.
Números de 2019 mostram uma perda de 40%; uma redução deste índice para 25% seria capaz de atender a todas as favelas por quase três anos. Caio Coronel/Itaipu
Por O Dia
Estudo divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Instituto Trata Brasil mostra que 39,2% de toda água potável captada não chega de forma oficial às residências do país. O volume equivale a 7,5 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente. Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), seria a quantidade necessária para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano; ou seja, suficiente para levar água aos quase 35 milhões de brasileiros que não possuem acesso para lavar as mãos durante a pandemia. E poderia atender também, por quase três anos, os mais de 13 milhões de brasileiros que habitam em favelas.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) afirmou que a precipitação (volume de chuvas) de 2021 pode ser a menor dos últimos 91 anos, colocando em risco não só os reservatórios de água para abastecimento, mas também os voltados à geração de energia elétrica. Nesse sentido, a pesquisa aponta que, uma redução dos atuais 40% do Índice de Perdas de Faturamento Total de água para patamares próximos a 25%, meta prevista pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, viabilizaria a economia de um volume da ordem de 2,2 bilhões de m³.

Piora na perda de água desde 2015

Tendo como referência o índice de Perdas na Distribuição, é possível observar que desde 2015 o país vem piorando. De 2015 a 2019 houve aumento de 2,5 p. p., muito significativo, uma vez que deveria ter baixado.
 
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Indicadores por região

Já os indicadores regionais de perdas de água não diferem de outros indicadores de acesso ao saneamento. A região Norte do país, detentora dos piores índices de saneamento, também é onde se registra o maior Índice de Perdas na Distribuição, com 55,2%, isto é, a região perde mais da metade da água potável produzida. Não muito atrás, a região Nordeste também aponta indicador alto, com 45,7%.
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Indicadores de perda por Estado

Considerando-se a análise de dois indicadores, Índice de Perdas na Distribuição, é possível ver que o estado de Goiás foi o que apresentou a menor perda e o Amapá, a maior. No país, 15 Unidades da Federação apresentam indicadores piores que a média nacional, o que é muito ruim considerando que a média do Brasil já é preocupante.
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Para Luana Siewert Pretto, Diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Asfamas, parceira do Instituto Trata na pesquisa, é fundamental investir em materiais de qualidade, que suportem as exigências técnicas das redes de água a fim de evitar vazamentos e garantir o aproveitamento de recursos.
“Estamos falando de milhões de pessoas sem acesso a esse recurso essencial e o estudo evidencia que a redução das perdas de água pode ser a solução do ponto de vista social e de sustentabilidade para este histórico problema”, afirma a diretora.