Especialista explica sobre 'fungo preto', doença que ganhou notoriedade depois da suspeita em pacientes de Covid-19
Neurocientista explica que problema já existe e ele se dá quando os esporos produzidos pelo bolor são inalados ou quando entram no corpo por corte ou laceração da pele
Hospital das Clínicas está investigando um caso de mucormicose, doença conhecida como 'fungo preto' - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Hospital das Clínicas está investigando um caso de mucormicose, doença conhecida como 'fungo preto'Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Por O Dia
Um homem de 71 anos com covid-19 e suspeita de ser portador de mucormicose, doença conhecida como ‘fungo preto’, morreu na tarde desta quarta-feira, 2, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O homem foi testado positivo para covid-19 no dia 18 e já estava hospitalizado quando surgiram os sintomas do fungo preto. Outros casos já foram relatados em Santa Catarina, no Amazonas e em São Paulo. De acordo com o neurocientista e biólogo Fabiano de Abreu, diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, a doença já existia no Brasil.
"A mucormicose, conhecida como fungo preto, é uma doença causada pelo fungo da família Mucorales, encontrados em substratos orgânicos em decomposição como fruta, solo, excremento e podem ser encontrados em pães. Entre os bolores pertencentes a esta família estão os Rhizopus, Rhizomucor e Mucor", explica Abreu.
O fungo preto se dá quando os esporos produzidos pelo bolor são inalados ou quando entram no corpo por corte ou laceração da pele. A enfermidade acontece normalmente quando o sistema imunológico está debilitado ou em caso de diabetes não controladas.
Tratamento
O tratamento pode ser com altas doses de anfotericina B por via intravenosa. A cirurgia é feita para remover tecido infectado e morto.
Sintomas
A mucormicose pode causar febre e dor nos seios paranasais. Se a órbita ocular for infectada pode haver perda da visão. O céu da boca (palato), os ossos faciais que rodeiam a cavidade ocular, os seios paranasais ou a divisão entre as fossas nasais (septos) podem ser destruídos pela infecção.
"O tecido morto fica preto e a infecção no cérebro pode provocar dificuldade de usar e entender a linguagem, convulsões, paralisia parcial, prejudica a memória e pode levar ao coma", explica Abreu.
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Para finalizar, o doutor explica sobre o medo deste fungo chegar ao Brasil. “Não faz sentido o medo deste fungo chegar no Brasil se ele já está no país assim como com prevalência em países tropicais. É um fungo, como muitos outros, mas que pode ser letal quando em condições de baixa imunidade", afirma ele.
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