Servidor do Ministério da Saúde Willian Amorim Santana é ouvido nesta sexta-feira, dia 9, na CPI da CovidEdilson Rodrigues/Agência Senado

Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O consultor técnico William Santana afirmou ter ouvido sobre a pressão para importação da vacina indiana Covaxin no Ministério da Saúde. Os relatos, de acordo com ele, foram feitos pelo chefe de importação da pasta, Luis Ricardo Miranda. Santana é subordinado à Miranda na estrutura da pasta.
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Em depoimento à CPI, há duas semanas, Luis Ricardo afirmou ter sofrido pressão atípica para acelerar a compra das doses do imunizante da Índia. O contrato é alvo de investigação na comissão. Ricardo revelou ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidades na negociação, ao lado do irmão e deputado Luis Miranda (DEM-DF).

"Tentei não entrar no mérito da questão, ele apenas comentou que estava sendo cobrado, que estava sendo pressionado", disse William Santana, nesta sexta-feira, 9. Questionado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o técnico afirmou que as pressões viriam do chefe de Miranda, o tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos.

O consultor evitou comentar as pressões e disse que, durante a negociação, ficou distante desse cenário e da relação pessoal com o chefe de importação. "Tem um ditado que diz 'onde se ganha o pão não se come a carne', então eu tendo a ficar mais focado no meu trabalho." Ele foi criticado pelo presidente da CPI, para quem o consultor deveria saber mais.