CPI da Covid: coronel Blanco exibe mensagens trocadas com Dominguetti sobre negociações da vacina
Tenente-coronel da reserva participou de jantar em Brasília onde teria acontecido uma proposta de pagamento de propina na comercialização de doses da AstraZeneca
Coronel da reserva Marcelo Blanco depõe na CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
Coronel da reserva Marcelo Blanco depõe na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado
A CPI da Covid ouve, nesta quarta-feira, 4, o depoimento de Marcelo Blanco da Costa, tenente-coronel da reserva no Exército que teve passagem pelo Ministério da Saúde como ex-assessor do departamento de Logística da pasta. Durante a sua fala, Blanco exibiu mensagens que trocou com o policial militar Luiz Dominguetti sobre a negociação da compra de vacinas da AstraZeneca para setor privado.
De acordo com ele, as conversas que teve com o representante da Davati no Brasil só ocorreram em fevereiro, um mês depois de ter deixado o Ministério da Saúde.
Coronel Blanco afirmou que pretendia a "construção de modelo de negócio no meio privado" e afirmou que Dominguetti dizia que as vacinas também seriam destinadas ao meio privado e que necessitava apenas de uma liberação da AstraZeneca. Confira o momento:
Coronel Marcelo Blanco mostra mensagens que trocou com Dominguetti sobre negociações das vacinas na rede privada.
O relator da Comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu e afirmou que a negociação de imunizantes para o setor privado "era uma atividade absolutamente irregular" já que a atividade não havia sido aprovada pela Congresso Nacional.
Blanco foi citado diversas vezes no senado, em especial pelo policial Luiz Paulo Dominguetti, que afirmou que o coronel era uma das pessoas com quem negociou vacinas com pedido de propina à empresa Davati. Blanco, Roberto Dias e Dominguetti teriam se encontrado em jantar para discutir o assunto e iniciar as negociações com o ministério.
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O Coronel Marcelo Blanco também falou sobre como descobriu que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, estaria no restaurante onde levou o Dominguetti.
Coronel Marcelo Blanco fala sobre como ficou sabendo que o diretor estaria no restaurante onde levou o Dominguetti.
Por diversas vezes, Blanco foi citado em depoimentos na CPI. O ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, exonerado em janeiro, participou de jantar em restaurante em Brasília onde teria sido feita a proposta de pagamento de propina na comercialização de doses da vacina Astrazeneca.
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Em depoimento à CPI em 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira — que se definiu como representante da Davati Medical Supply — afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o ministério.
O pedido de propina, de acordo com o vendedor, foi feito no dia 25 de fevereiro deste ano, em jantar no restaurante Vasto, em um shopping em Brasília, onde esteve presente o coronel Blanco, que o teria apresentado a Dias.
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O ex-diretor Dias, que recebeu voz de prisão ao final de seu depoimento aos senadores no dia 7 de julho, afirmou, inicialmente, que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante em Brasília foi casual, mas depois assumiu — a partir de áudios exibidos na comissão — que o coronel sabia que ele estaria no local.
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