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A Justiça Militar decretou no sábado a prisão preventiva de quatro policiais militares de Santo André que pertencem ao 10º Batalhão da PM. Os agentes são acusados de agredirem um rapaz suspeito assim como seus familiares. Na confusão havia sete policiais. Os outros três, até o momento, foram apenas afastados.

Mesmo com a confirmação da detenção, a família segue sofrendo com o ocorrido. Em entrevista ao portal G1, o empresário Caio Camilo da Silva, um dos feridos, afirmou que todos estão "com medo de sair".
"Não somos bandidos, somos trabalhadores e fomos agredidos injustamente pela PM. Só estamos querendo ter voz para pedir Justiça", afirmou ele, que teve sangramento no pé e machucados e escoriações nas pernas e braço.

Em relato, ele garante que a confusão com os PMs começou depois que os policiais abordaram seu irmão, Igor Camilo da Silva, escriturário de 19 anos que esperava os parentes abrirem o portão após voltar da residência da namorada.
"Os PMs chegaram pedindo os documentos dele e o ofendendo: 'O que você está fazendo uma hora dessas na rua, vagabundo?'. Meu irmão pediu respeito. Nisso, um dos PMs deu um soco na boca dele e os vizinhos e nós da família começamos a filmar essa violência policial", afirma Caio.

De acordo com seus parentes, após o uso de uma máquina de choque, o rapaz foi algemado e preso, sendo levado sob a acusação de desacato e resistência à prisão. Durante o transporte, os familiares apontam que Igor foi ameaçado de morte.

Além dos dois, a escriturária Sabrina Camilo da Silva, de 21 anos, e o marido dela, o empresário Gabriel Eduardo Carvalhaes, também de 21, também foram agredidos. Ela, aliás, garante que os policiais estavam embriagados durante a abordagem.

Após analisar as imagens e ouvir as vítimas, a Corregedoria da Polícia Militar pediu às prisões preventivas os agentes. "Com efeito, a notícia da prisão dos acusados servirá de exemplo aos 100 mil homens e mulheres fardados, armados e treinados pelo Estado de forma que saibam que a violência policial não é método de combate ao crime", escreveu o juiz militar Marcos Fernando Theodoro Pinheiro, na sua decisão.