Motoboy Ivanildo Gonçalves, da empresa vinculada ao Ministério da Saúde, VTCLog, depõe na CPI da Covid nesta quarta-feira, 1ºRoque de Sá/Agência Senado

A CPI ouve nesta quarta-feira, 1°, o motoboy Ivanildo Gonçalves, da empresa vinculada ao Ministério da Saúde, VTCLog. Durante a sessão, o depoente afirmou aos senadores que foi diversas vezes até o Ministério da Saúde para entregar faturas e boletos da VTCLog. Especificamente neste ano, Ivanildo disse que entregou um pen drive no 4º andar do prédio da Saúde onde, segundo verificaram os senadores, está localizado o Departamento de Logística da pasta, chefiado por Roberto Ferreira Dias até junho deste ano, quando foi exonerado por suspeita de pedir propina para fechar contrato de compra de imunizantes.

"Quando eu prestava serviço de fazer entrega de fatura, eu ia ao Ministério da Saúde constantemente. Não conhecia ninguém, ia em salas para entregar faturas em setores e setores", disse o motoboy. Confira:
Durante seu depoimento à comissão, o motoboy também confirmou que frequentemente realizava saques solicitados pela VTCLog direto na "boca do caixa”. Questionado pelos senadores, ele afirmou já ter retirado cerca de R$ 400 mil de uma só vez. Segundo ele, parte do dinheiro era usado para pagar boletos no próprio banco e o restante era devolvido em espécie à empresa. Veja:
O motoboy disse que recebia as ordens de saque diretamente da funcionária Zenaide Sá Reis, que entregava pessoalmente os cheques com os quais os saques eram realizados. Ivanildo informou que a agência que ele mais frequentava era a Caixa Econômica no Aeroporto de Brasília.

Questionado pelo senador Otto Alencar, (PSD-BA), Ivanildo afirmou que recebia seus pagamentos por meio de transferências bancárias. Em resposta, Otto afirmou que “certamente, os recursos retirados em espécie seriam utilizados para fins que não são justos, corretos, republicanos”. “É a situação do pagamento de propina a agentes que facilitavam a VTCLog a ter os contratos generosos que tinham no Ministério da Saúde”, completou.
Segundo o depoente, os pagamentos eram referentes a combustível e fatura de cartão dos sócios da empresa. Ele informou também que cumpria uma lista de depósitos, mas não lembrou quais os nomes dos recebedores. "O que eu cheguei a fazer foi pagar boletos, não cheguei a entregar dinheiro a ninguém", disse Ivanildo.

Após questionamento do relator Renan Calheiros (MDB-AL), o motoboy disse que os saques eram realizados quase diariamente. Em seguida, Calheiros leu valores de alguns saques realizados. Os valores chegavam a R$ 700 mil em menos de três dias. Assista:
Ivanildo também informou aos senadores que suas idas aos bancos para fazer pagamentos de boletos e outros serviços diminuíram recentemente. Segundo o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o fato é uma consequência do trabalho da CPI.
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