Manifestantes pró-Bolsonaro carregam bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos AFP

A manifestação em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira, 7 de setembro, em São Paulo, contou com apenas 6,25% do público previsto. Segundo informações dadas pelos organizadores do evento à Polícia Militar do estado, em reunião no dia 31 de agosto, o ato deveria receber cerca de 2 milhões de pessoas. No entanto, apenas 125 mil compareceram à Av. Paulista nesta tarde.

Segundo o jornalista Guilherme Amado, colunista do portal Metrópoles, a estimativa de 2 milhões de apoiadores no evento consta na ata da reunião com a PM, que foi assinada pelos representantes de todos os movimentos que levaram trios elétricos para a Av. Paulista.

De acordo com a corporação, o protesto que partidos de esquerda e entidades sindicais realizaram contra Bolsonaro reuniu cerca de 15 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, região central do estado de São Paulo. No entanto, a organização do evento informou que 50 mil pessoas compareceram ao evento.
7 de Setembro na Av. Paulista
O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso inflamado aos apoiadores na tarde desta terça-feira, 7 de setembro, na Av. Paulista, em São Paulo. O chefe do Executivo apostou na retomada de temas frequentemente abordados por ele publicamente, como o voto impresso, as críticas ao Supremo e as eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, seu governo incomoda "alguns" em Brasília, no entanto, afirmou que só deixará o cargo "preso, morto ou com vitória". Em seguida, Jair reforçou: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso".
Bolsonaro também subiu o tom ao falar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o mandatário, ele não irá mais acatar ordens do ministro, que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.

"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", afirmou o presidente.

"Grito dos Excluídos"

O Grito dos Excluídos aconteceu no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e foi organizado por centrais sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), e por partidos da esquerda, como PT, PSOL e PCdoB. Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) marcaram presença no ato, e discursaram em oposição ao presidente.

O político petista disse que ali estavam os defensores da democracia, enquanto na Avenida Paulista estavam os que defendem a ditadura e o fascismo. "Depois de três anos de destruição dos empregos, da vida e da esperança, o que essas pessoas estão fazendo na Paulista?”, perguntou.

O líder do MTST, Guilherme Boulos, também discursou. Segundo ele, o 7 de Setembro ajudou a mostrar que a esquerda não vai "deixar a rua para eles" - referindo-se aos apoiadores de Bolsonaro. "Nós não temos medo de ameaças golpistas. O medo está do lado de lá”, enfatizou.
*Com informações do Estadão Conteúdo