Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)Pedro Gontijo/Senado Federal

Após as manifestações do Dia da Independência, nesta terça-feira, 7, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco optou por cancelar todas as sessões da Casa desta semana, inclusive as comissões. Pacheco não informou o motivo para o cancelamento, no entanto, a decisão foi tomada após os discursos inflamados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O comunicado da decisão foi enviado aos parlamentares por mensagem, na noite desta terça-feira, e confirmada pela assessoria da Presidência do Senado. Logo, não haverá a audiência programada para hoje, com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na Comissão de Acompanhamento da Covid-19 no Senado, não vai mais acontecer.

Mais cedo, o presidente do Senado usou sua rede social para dar o seu parecer sobre os atos: "Ao tempo em que se celebra o Dia da Independência, expressão forte da liberdade nacional, não deixemos de compreender a nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito", escreveu.
Nos atos de Brasília e São Paulo, Bolsonaro discursou para apoiadores presentes e manteve o tom antidemocrático, com ameaças ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O chefe do Planalto afirmou, ainda, que "só Deus" o tira do cargo:
"Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília que só Deus me tira de lá", relatou o chefe do Executivo. Em seguida, o presidente afirmou que há três opções para o seu futuro político. Ele reforçou que apenas deixará o cargo "preso, morto ou com a vitória". E completou na sequência: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso".
"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", completou o presidente.