Bolsonaro durante feira do agronegócio em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do SulAlan Santos/PR
Em evento, Bolsonaro diz que ato de 7 de setembro foi contra 'retrocessos' e volta criticar medidas contra covid-19
Bolsonaro afirmou que os três Poderes devem ser respeitados, além de ressaltar que o povo não aceita retroceder na luta pela liberdade
Rio Grande do Sul - Sem máscara e acompanhado de ministros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apareceu em público pela primeira vez neste sábado, 11, desde os atos antidemocráticos do dia 7 de setembro em um evento do agronegócio na cidade de Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O presidente disse que as pessoas foram às ruas contra retrocessos. No discurso, o presidente voltou a criticar as medidas de restrição à circulação de pessoas impostas pelos governadores para conter a propagação da covid-19.
Bolsonaro afirmou que os três Poderes devem ser respeitados. No discurso para integrantes do agronegócio, o presidente declarou que o povo não aceita retrocessos na luta pela liberdade. "Temos Três Poderes, têm que ser respeitados, e buscar sempre a melhor maneira de nos entendermos para que o produto do nosso trabalho seja estendido aos seus 210 milhões de habitantes", disse Bolsonaro.
O presidente disse que as pessoas foram às ruas no 7 de setembro contra retrocessos. Além disso, ele disse que foi mais um na multidão nos atos e pediu aos apoiadores que acreditassem no governo.
"Senti os reais motivos para esse povo ir às ruas. Em primeiro lugar, foi para dizer que não aceita retrocessos. O povo quer respeito à Constituição por parte de todos e acima de tudo eles sabem que não podem deixar de lado sempre a defesa e a luta pela nossa liberdade", afirmou.
O presidente defendeu respeito à Constituição Federal, com destaque para o artigo 5º, que versa sobre direitos como o de ir e vir e a liberdade de culto. "Temos uma Constituição que, entendemos, deve ser respeitada a qualquer custo, em especial os incisos do artigo 5º da nossa Constituição", disse.
No discurso, o presidente ainda citou Emílio Garrastazu Médici, presidente do Brasil durante a Ditadura Militar, e disse que lá começou a "revolução" do agronegócio.
Na última semana, Bolsonaro ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante ato no dia 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, e afirmou que não iria obedecer as decisões judiciais, além de ter ameaçado o presidente da Corte em manifestação, em Brasília. Um dia após suas falas, o presidente se reuniu com o ex-presidente Michel Temer e assinou uma carta e defendeu uma conciliação entre os Poderes.
Pandemia
Durante o evento, Bolsonaro afirmou que o governo federal agiu corretamente no controle da pandemia do coronavírus. "Algumas coisas foram feitas de forma equivocada, não pelo nosso governo, no tratamento da pandemia. Nunca apoiamos lockdown, medidas restritivas, medidas como toque de recolher, entre outros. A população tinha que trabalhar", disse Bolsonaro.
Ao receber a Medalha do Mérito Farroupilha, o presidente questionou a pretensão de governadores e prefeitos na pandemia. "Hoje sabemos o que alguns, ao dizerem defender a vida, podem fazer com a nossa população", disse Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, os problemas ocasionados pela pandemia em 2020 fizeram com que parte da população se interessasse por política. "Vivemos ainda momentos um pouco conturbados, mas tenho certeza que as coisas já começaram a se ajustar. Não é dizer se esse ou aquele Poder saiu vitorioso, a vitória tem que ser do povo brasileiro", disse Bolsonaro.
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