Vice-presidente Hamilton Mourão Isac Nóbrega/PR
Mourão defende ministro Wagner Rosário, mas afirma que ele deu 'aloprada' com 'deboche' dos senadores
Ministro da CGU provocou uma confusão com os membros da comissão após ofender Simone Tebet (MDB-MS), a quem chamou de 'descontrolada'
O presidente em exercício, general Hamilton Mourão (PRTB), saiu em defesa do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que foi ouvido nesta terça-feira pelos senadores na CPI da Covid. Rosário provocou uma confusão com os membros da comissão após ofender Simone Tebet (MDB-MS), a quem chamou de "descontrolada".
Mourão afirmou que o ministro precisava resistir ao que ele chamou de "interrogatório" dos senadores. Por isso, ele foi até onde aguentou, mas em certo momento não suportou os "desaforos" e acabou dando uma "aloprada".
"O cara, lá, não está submetido a um interrogatório. Aí, há uns que têm mais paciência para aguentar os desaforos que são ditos, e outros que não têm, né? Então, o Wagner aguentou até um determinado ponto. Em outros pontos, ele acabou dando uma aloprada, que eu acho perfeitamente normal. Uma pessoa tem que ter muito sangue frio para poder aguentar o deboche que muitas vezes é colocado", disse o presidente em exercício.
Mourão afirmou que conhece o ministro da CGU e é uma pessoa séria, mas que ele precisava ter muito sangue frio para aguentar as provocações dos senadores. "Alguns dos senadores ali, em vez de fazer uma pergunta objetiva, terminam até, muitas vezes, ofendendo a pessoa que está lá ou fazendo uma volta ao mundo. Todos são políticos e está todo mundo de olho. Então, é uma exposição que depois faz com que as pessoas se lembrem na hora de apertar o ‘numerozinho’ lá na votação", disse Mourão.
No depoimento desta terça-feira, a senadora Simone rebateu as afirmações do ministro e disse que ele era uma espécie "engavetador", mas Rosário reagiu e recomendou que ela lesse novamente os processos que apuram a compra da vacina Covaxin. "Eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo, pois falou um monte de inverdades aqui. A senhora me chamou de engavetador, o que quis", disse ele.
Em resposta, Simone afirmou que ele não podia ter dito aquilo, já que se trata do trabalho da senadora. "O ministro pode dizer que eu disse inverdades, mas ele não pode dizer que eu leia de novo o processo. Não é meu papel ler contrato da Covaxin. É o papel de vossa excelência, mas ele não fez. Ele está se comportando como um menino mimado", afirmou a senadora.
"Não me chama de menino mimado, eu não agredi. A senhora está totalmente descontrolada", afirmou Rosário.
Mourão também afirmou nesta quarta-feira que a CPI já cumpriu seu papel, já que "tudo para ser investigado, já foi investigado", e cobrou a apresentação de um relatório. "Acho que a finalidade da CPI era investigar as ações do governo na pandemia, ela se concentrou única, exclusivamente nessa problemática de Cloroquina, de vacina. Não olhou o que o governo fez em termos de apoio à economia e ações sociais. Então, eu acho que ela ficou perneta nisso", afirmou o presidente em exercício.
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