CPI da CovidRoque de Sá/Agência Senado

Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aprovou nesta terça-feira, 28, dois requerimentos de Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O primeiro prevê a convocação do empresário Otávio Oscar Fakhoury, vice- presidente do Instituto Força Brasil, que vai depor na quinta-feira, 30. Já o segundo é o compartilhamento de dados obtidos pela operação Pés de Barros, da Polícia Federal. 
Fakhoury é suspeito de financiar e ajudar a disseminar conteúdo falso sobre a pandemia do coronavírus. Segundo o vice-presidente da comissão, Fakhoury é “o maior financiador dos canais de disseminação de notícias falsas como Instituto Força Brasil, Terça Livre e Brasil Paralelo”.
A CPI já ouviu o presidente do Força Brasil, tenente-coronel Hélcio Bruno, que fez a ponte entre o Ministério da Saúde e representantes da Davatti para negociarem a venda de vacinas com o governo brasileiro.
Na lista, está o cabo Luiz Paulo Dominghetti, que acusou o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias de cobrar propina nas negociações da compra da Covaxin. No entanto, o ex-diretor nega qualquer tipo de acusação. 
Fakhoury também aparece no inquérito da Polícia Federal sobre ser um dos responsáveis por atos antidemocráticos realizados no ano passado. Documentos indicam que Fakhoury bancou quase R$ 50 mil em material para campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018. Os gastos não constam na declaração à Justiça Eleitoral.
A PF também encontrou mensagem do empresário oferecendo apoio a atos democráticos e uma troca de mensagens entre o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, e Fakhoury.
Os dois discutiram uma proposta para dissolver o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), com "uma saída plebiscitária". Segundo os documentos, a ideia foi discutida por advogados e empresários aliados de Bolsonaro.

Sobre o outro requerimento, a CPI quer informações sobre a operação Pés de Barros, da Polícia Federal, que apura fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pelo Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro e atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).