Manifestantes protestam contra o governo de Jair Bolsonaro em ato na avenida Paulista, em São PauloAFP

São Paulo - Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado (2) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro e o aumento no preço dos combustíveis, dos alimentos e do gás de cozinha. Além disso, os manifestantes demostraram apoio à CPI da Covid e lembraram as mais de 597 mil vítimas do coronavírus. Foram registaradas manifestações em ao menos 94 cidades brasileiras, entre elas as 27 capitais. Confira os principais destaques:
São Paulo 
Dez quarteirões da Avenida Paulista, em São Paulo, foram ocupados pelos manifestantes que protestam pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Houve aglomeração em ao menos cinco deles; o público se concentra principalmente em frente ao Masp. Nas extremidades da avenida, o fluxo maior é de pessoas - incluindo idosos e famílias - que chegam ao ato.

Apesar de a queda do chefe do Executivo ser a pauta principal, ao longo da avenida é possível perceber a existência de vários atos em um só. Houve pelo menos um caminhão de som em cada uma das quadras ocupadas. Os veículos comandam as "pautas locais", que vão desde a defesa da floresta amazônica e dos povos originários da América Latina, passando por protestos contra a operadora de saúde Prevent Senior - que está na mira da CPI da Covid, do Ministério Público de São Paulo e da Câmara de Vereadores Paulistana -, até atos em defesa dos serviços públicos e contra a fome e a inflação no País.
Rio de Janeiro
Lideranças do PDT, PSOL, PSB, PT, PCB e PV discursaram no início da tarde deste sábado (2) nos atos contra o presidente Jair Bolsonaro realizados na Cinelândia, centro do Rio. Impeachment, preço dos combustíveis, fome, violência, desmonte de direitos e ataques às liberdades foram os eixos centrais das falas, que destacaram a superação das diferenças para derrotar Bolsonaro.

O pedetista Ciro Gomes, único presidenciável a comparecer ao ato no Rio, disse que é preciso pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para fazer o impeachment avançar. 
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) criticou as fake news e ressaltou a importância da união para vencer Bolsonaro.
O líder da oposição na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), também defendeu que o desafio da esquerda é maior do que as diferenças que a separam. 
Já a deputada federal Talíria Petrone, líder do PSOL na Câmara, criticou a condução da crise sanitária e relembrou que metade da população voltou a enfrentar insegurança alimentar durante a pandemia.
Brasília 
Com foco no pedido de impeachment e críticas à disparada da inflação, manifestantes se reuniram em frente à Biblioteca Nacional, em Brasília (DF). O protesto na capital reuniu integrantes de PT, PDT, PSB, Psol, PCdoB, Solidariedade, Cidadania e Rede. Sindicatos locais também têm forte presença.

Os manifestantes levaram para o ato uma série de infláveis reproduzindo botijões de gás, criticando o preço do produto e culpando Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, pela situação. No final, os manifestantes caminharam até o Congresso Nacional.
Vitória
No Espírito Santo, a manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro se concentrou em frente ao campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. A partir das 15h, os participantes seguiram em caminhada até a sede da Secretaria de Educação do Estado (Sedu), um trajeto de cerca de 4 quilômetros.

Não há estimativa oficial de quantos manifestantes estiveram no ato. Entretanto, alguns organizadores avaliam que em torno de 3 mil pessoas compareceram à manifestação. Abaixo do esperado, entre 15 mil a 20 mil, mas maior do que os protestos do dia 12 de setembro. Naquela ocasião, uma carreata reuniu cerca de 80 veículos pelas ruas da capital capixaba.

Entre as pautas da manifestação estão o impeachment do presidente Bolsonaro, redução no preço dos alimentos e combustíveis e apoio à CPI da Covid-19. 
Belém
O ato em Belém reuniu milhares de pessoas nas ruas do centro da cidade na manhã deste sábado. A concentração ocorreu no Mercado de São Brás, às 8h, de onde os militantes seguiram em marcha rumo à Praça da República. Uma faixa com 60 metros de extensão e os dizeres "Pela Amazônia, Educação Pública e SUS: Não a Reforma Administrativa", confeccionada pelos sindicatos ADUFPA, Sinditifes e Sinasefe, foi estendida durante ao longo da Avenida José Malcher, que ficou tomada pelos manifestantes.

O ato deste sábado teve participação expressiva do público, em comparação com as edições anteriores. Segundo estimativa dos órgãos de segurança pública, cerca de 7 mil pessoas compareceram ao ato. Além de exigir o cancelamento da Reforma Administrativa, representantes de centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e populares e partidos da esquerda reafirmaram seu posicionamento em defesa da vida e pelo Fora Bolsonaro. 
Roraima 
A capital de Roraima, Boa Vista, registrou ato contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado, dia 2. A manifestação pedia, além do afastamento do presidente, a distribuição de mais vacinas contra a covid-19 e a prisão de garimpeiros que atuam ilegalmente em terras indígenas.

A concentração dos manifestantes ocorreu na Praça do Centro Cívico, no centro da capital, ponto de encontro conhecido pelos movimentos contrários ao governo federal. Os manifestantes eram seguidos por carro de som e carregavam faixas com críticas ao presidente.
Natal 
Milhares de pessoas saíram às ruas de Natal neste sábado, 2. As bandeiras do PT eram maioria entre as erguidas pelos manifestantes. Os gritos "Fora Bolsonaro, presidente genocida, ladrão e corrupto" ecoavam pela Av. Hermes da Fonseca, uma das mais movimentadas da cidade, onde os manifestantes se concentraram.

Mais plural que os demais protestos realizados até hoje contra o atual governo federal, o ato deste sábado reuniu representações de partidos diversos, além do PT, como o PSTU, PSOL e PCB. Os trabalhadores do serviço público estiveram representados pelos Sindicatos dos Trabalhadores da Educação, da Saúde Pública e dos Bancários do Rio Grande do Norte. Juntos, eles erguiam faixas e cartazes contra a reforma administrativa e em desfavor da PEC 32

Bandeiras do Movimento Sem Terra (MST) e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) também eram vistas. O movimento LGBTQIA+ também foi representado, assim como o da Marcha das Mulheres. Artistas empunhavam cartazes cobrando valorização da cultura e a saída do secretário Mário Frias. 
 
*Com informações do Estadão Conteúdo