Dom Orlando Brandes, arcebispo do Santuário de AparecidaThiago Leon/Santuário Nacional de Aparecida

Durante a principal missa de celebração do Dia de Nossa Senhora Aparecida, que acontece nesta terça-feira, 12, o arcebispo do Santuário da Aparecida, Dom Orlando Brandes, fez um discurso forte em relação ao cenário atual do país. Na presença dos ministros da Cidadania, João Roma, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, Brandes reforçou a importância da união dos brasileiros diante dos casos de fome e afirmou "para ser pátria amada não pode ser pátria armada". 
"Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira", disse o arcebispo.
No sermão dentro da basílica, o arcebispo lamentou também a perda de mais de 600 mil brasileiros para a covid-19, além de defender a ciência e a vacina: "Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro".
Dom Orlando Brandes também relembrou os casos de fome que o país tem vivenciado e pediu a união de todos. O religioso chegou a pedir que os brasileiros abracem "os nossos índios", "os negros" e "os europeus que aqui chegaram".
"Quero pedir que cada um de nós abrace o Brasil. Abrace o nosso povo. A começar pelo povo mais original, vamos abraçar os nossos índios, primeiro povo dessa terra. Vamos abraçar os negros, que logo vieram fazer parte desta terra. Vamos abraçar os europeus que aqui chegaram", acrescentou.
Por fim, questionado se o discurso seria voltado para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o arcebispo afirmou que seria um recado para "todos os brasileiros": "Respeitamos as autoridades mesmo discordando e falamos com a doutrina da igreja. Nós estamos quebrando a aliança com o ódio e a corrupção e para confirmarmos a nossa República e a democracia", concluiu.