Lenilda dos Santos foi encontrada morta perto da fronteira do México com os EUA Reprodução
Em meio às investigações sobre a morte de Lenilda, o órgão equivalente ao Instituto Médico Legal (IML) no estado americano de Ohio assinou somente na última quinta-feira o atestado de óbito como "causa pendente". As suspeitas são de que a brasileira morreu de fome e sede ao ser abandonada por um grupo de amigos enquanto atravessava ilegalmente a fronteira.
Após chegar ao Brasil, o corpo será transportado até Rondônia pela LATAM, por meio do programa Avião Solidário, iniciativa da companhia que disponibiliza transporte para causas humanitárias, e deve chegar à capital Porto Velho na tarde de sexta-feira. O velório está programado para o dia seguinte na quadra municipal de Vale do Paraíso, onde sua família mora. Depois, ela será sepultada no município rondoniense de Ouro Preto, a cerca de 37 km de distância. Na cidade, estão enterrados outros parentes da vítima.
"A ficha não caiu ainda. Participei por videochamada do velório que aconteceu nos EUA, mas quando chegar aqui vai ser diferente. Só tenho o que agradecer a todos que ajudaram para que a gente pudesse se despedir da minha mãe", disse Luanna Oliveira, filha de Lenilda.
Lenilda atravessou ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos. Ela estava viajando com alguns conhecidos de Vale do Paraíso, em Rondônia, onde morava antes de tentar a travessia. O grupo também estaria com um "coiote". Durante a caminhada, Lenilda começou a ficar desidratada e não conseguiu continuar. Ela acabou abandonada pelos colegas e pelo "guia".
"Nós procuramos um advogado, que entrou em contato com a polícia de lá (Deming, uma cidade do Novo México). Os policiais foram para onde ela tinha mandado a localização, pelo celular, mas a Lenilda não estava no local. Então eles fizeram uma varredura em (um raio de) 5 milhas. O corpo dela foi encontrado na direção de uma rocha, ela morreu rastejando, tinha um rastro atrás dela. Provavelmente ela buscava um lugar para encostar e ter sombra", disse.
Enquanto esteve sozinha, Lenilda enviou áudios para a família. Nas mensagens, ela tentava mostrar otimismo e acreditava que seus colegas voltariam para buscá-la, conforme prometeram. Mas sua voz demonstrava que estava debilitada. "Eu estou escondida. Manda ela trazer uma água para mim, porque não estou aguentando de sede", diz em uma das mensagens.
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