Senadores iniciam a última sessão da CPI nesta terça-feira, 26, para votar o relatório final Agência Senado

Brasília - Após seis meses de trabalhos, a CPI da Covid chega ao seu capítulo final nesta terça-feira, 26, com a votação do relatório final de autoria do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Antes da votação, que acontecerá nominalmente, os parlamentares também vão apreciar eventuais pareceres alternativos, que podem ser protocolados por qualquer membro do colegiado. Na versão atualizada do parecer final, a lista de sugestões de indiciamentos subiu de 68 para 78, após a inclusão de mais dez nomes no texto.

Ainda nesta terça, governistas também deverão levar à votação um relatório paralelo, contrário ao de Calheiros. Segundo o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o texto final será apresentado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, em uma reunião marcada para esta quarta-feira, 27.

Em conversa com a imprensa, Randolfe também afirmou que os crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia podem lhe render até 78 anos de prisão, segundo o relatório. Além disso, ele afirmou considerar que o parecer final esteja completo, com provas que não poderão ser desprezadas e que devem ser investigadas pelo Ministério Público e julgadas pelas autoridades judiciais.

“Essa CPI termina hoje. Essa história não acaba aqui. Nós ainda temos muito serviço a cumprir, iremos acompanhar as consequências desse relatório. Iremos levar onde ele está endereçado e vamos exigir que as responsabilidades sejam apuradas”, disse o senador.

Antes do início da sessão, Calheiros também conversou com jornalistas e comentou a declaração recente de Bolsonaro, na qual o chefe do Executivo associou as vacinas contra covid-19 à aids.

“Essa responsabilidade é de muita gente, tem muitos indiciados, mas ela é principalmente desse presidente da República, desse serial killer, que tem compulsão por mortes e continua a repetir tudo que fez anteriormente”, afirmou.

O relator também afirmou que a CPI também deve pedir, em paralelo, o banimento do presidente das redes sociais. “Fake news mata, e o criminoso continua à solta”.
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