FiocruzLeonardo Oliveira/FioCruz

Rio - No Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (29), os pesquisadores defendem a adoção de medidas que garantam melhor qualidade do ar nos ambientes fechados e orientam que empregadores e trabalhadores avancem conjuntamente em campanhas, estimulando e induzindo a adoção do passaporte de vacinas nos diversos ambientes de trabalho, tais como bares e restaurantes, escolas e universidades, comércio e serviços entre outros.

“É preciso destacar os benefícios de proteção coletiva não só para os trabalhadores, mas para suas famílias, crianças, colegas de trabalho e a comunidade. É especialmente importante que se complete o esquema vacinal com duas doses ou dose única, dependendo do imunizante, incluindo a dose de reforço quando houver indicação, para que possamos alcançar um patamar de maior segurança, com pelo menos 80% da população protegida”, afirmam os cientistas.
Além disso, o documento reforça a estabilidade de indicadores da transmissão do Covid-19, mas chama atenção para o fato de que a idade precisa ser considerada como um aspecto de vulnerabilidade e requer medidas de proteção, manejo clínico e vigilância.
Os novos dados mostram que - apesar da melhoria do cenário geral - a proporção de casos internados entre idosos está em 63,3% e que 81,9% dos óbitos ocorrem em pessoas acima de 60 anos. A letalidade hospitalar em idosos é 2,5 vezes maior do que em adultos jovens. Na Semana Epidemiológica 41, a média de idade, das internações em UTI e de óbitos foi, respectivamente, 62,1; 64,2 e 71,6 anos.
Pandemia não acabou

O quadro geral aponta que os resultados observados nas duas últimas semanas epidemiológicas (10 a 23 de outubro) reforçam a manutenção da tendência de redução dos impactos da Covid-19 no país, demonstrando que a campanha de vacinação está atingindo um dos seus principais objetivos - o de redução de casos graves que levam à internação e ao óbito. Contudo, os pesquisadores alertam que ainda não se pode falar em bloqueio completo da circulação do vírus e, portanto, da transmissão da doença.

Atualmente, 72% da população brasileira se encontram vacinada com a primeira dose e 53% com esquema vacinal completo. Apenas seis estados apresentam mais de 50% da população com o esquema de vacinação completo. Por outro lado, apesar da melhoria dos indicadores, o Boletim ressalta que a pandemia não acabou e que o país ainda se encontra em uma emergência de saúde pública.

Neste cenário, os pesquisadores do Observatório defendem a importância de se ampliar e acelerar a vacinação. “É fundamental que a população esteja protegida com esquema vacinal completo e que os elegíveis recebam a terceira dose”, pontuam. Os cientistas ressaltam ainda que é primordial proteger os grupos populacionais mais vulneráveis - tais como os idosos e pessoas com comorbidades – além dos mais expostos, principalmente os trabalhadores nos diversos locais de trabalho.