Enem: coordenadores do Inep pedem demissão próximo a aplicação das provasMarcello Casal Jr/Agência Brasil

A razão pela qual mais de 35 funcionários pediram demissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado do Ministério da Educação (MEC) e responsável pelo Enem, é a divergência com o gerenciamento do órgão, segundo o presidente da Assinep (Associação dos Servidores do Inep), Alexandre Retamal.
Nesta terça-feira (09), Retamal afirmou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que o Inep está sendo "mal administrado" e "desconstruído" pelo atual governo. Além disso, o presidente do órgão alegou que os servidores sofrem assédio moral. 
"Não tem mais como concordar com a administração atual no Inep (...) Precisamos que a sociedade saiba o que está acontecendo. Temos de nos unir para melhorar a educação brasileira", afirma o presidente da Assinep.
Segundo Retamal, o Inep é atacado pelo próprio Ministério da Educação e pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O governo diz que o Inep "trabalha de forma ideológica", de acordo com Alexandre.
O chefe da associação ainda afirmou que o MEC e o governo influenciam nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes): "Às vezes, eles (MEC e o governo federal) querem obrigar os servidores a retirar uma questão sem ter justificativa cientifica", disse ele.
Em relação à demissão em massa dos funcionários, Alexandre Retamal disse que algumas áreas estão sem diretoria e trabalhando com poucas pessoas. Segundo ele, nessas condições os servidores ficam sobrecarregados e podem apresentar irregularidades. "Erros podem acontecer, mas esses erros acontecem muitas vezes pela sobrecarga e pela falta de pessoal suficiente. Isso é um exemplo claro que desconstrução", afirmou o presidente da Assinep.
Apesar do desmonte, Retamal afirmou que o Enem não será afetado pelas demissões. "Os estudantes podem ficar tranquilos".
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