Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) Alan Santos/PR

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira, 25, que é contra a realização do Carnaval no ano que vem. O mandatário declarou que por ele "não teria carnaval", mas acrescentou: "quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos". 
Em uma entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, Bolsonaro disse que não queria se aprofundar "nessa que poderia ser uma nova polêmica". "Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não tinha óbito no Brasil, eu declarei emergência e os governadores e prefeitos ignoraram, fizeram Carnaval no Brasil", acrescentou. 
Além de dar sua opinião sobre a execução da festa, o presidente voltou a se isentar da responsabilidade sobre as mortes ocasionadas pela pandemia da covid-19: "Não tenho culpa disso. Não estou me esquivando nem culpando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e governadores. Para mim, o que coube: mandar recursos para estados e municípios. No total, gastamos no ano passado R$ 700 bilhões", concluiu.
Expectativas para o carnaval
Após o aceno para uma possível nova onda de contágio da doença, capitais brasileiras que são conhecidas pelo festejo ainda estão mantendo suspense sobre a decisão. No Rio, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, garantiu que há na cidade segurança sanitária para a realização do carnaval, cujo calendário está mantido. Segundo o secretário, a cidade já atingiu praticamente todos os indicadores necessários para a festa. 
Em Salvador, Recife e Fortaleza, as prefeituras ainda avaliam se será possível liberar as comemorações, enquanto em Belo Horizonte, o município já decidiu que não vai patrocinar a festa, como fazia todos os anos. Olinda, que não é capital, mas tem um dos carnavais mais concorridos do país, já está em preparativos, mas também sem confirmar a festa. Florianópolis e Manaus, onde os números relacionados a doença voltaram a subir, a realização do carnaval está confirmada, mas sujeita à revisão.