Ministro da Saúde Marcelo QueirogaCléber Mendes
Nível de morte de crianças por covid não pede 'decisões emergenciais', diz Queiroga
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, ao menos 1.148 crianças de 0 a 9 anos já morreram de covid-19 no Brasil desde o início da pandemia
Brasília - Em meio à pressão sobre o governo para o início da vacinação de crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19, medida já autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e respaldada pela comunidade científica, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 23, que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em nível que não demanda "decisões emergenciais".
De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, ao menos 1.148 crianças de 0 a 9 anos já morreram de covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. O número corresponde a 0,18% dos óbitos pelo coronavírus, mas já supera o total de mortes infantis por doenças com vacinas existentes, como mostrou reportagem do Estadão/Broadcast Político.
"Os óbitos em crianças (por covid-19) estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, favorece o Ministério da Saúde, que tem que tomar suas decisões em evidências científicas de qualidade", declarou Queiroga a jornalista em frente à pasta.
No entanto, a Anvisa e outros especialistas, após estudos de segurança e eficácia, já asseguram a existência de evidências científicas para vacinar crianças de cinco a 11 anos com as doses pediátricas da Pfizer. A Fiocruz, inclusive, defende que a medida é fundamental para a imunidade coletiva contra a doença.
O Ministério da Saúde abriu uma consulta popular sobre o início da aplicação de vacinas nessa faixa etária, frente à resistência do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos imunizantes. "Felizmente o número de óbitos nessa faixa etária é baixo. Isso quer dizer que não devemos nos preocupar? Claro que não. Mas mesmo que as vacinas começassem a ser aplicadas amanhã, isso não teria o condão de resolver o problema de forma retrospectiva", acrescentou Queiroga nesta quinta-feira.
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