Estado tem sofrido com as fortes chuvas AFP

A Bahia apresentou o maior acúmulo de chuvas em 32 anos para dezembro e a cidade de Itamaraju, no sul do estado, foi o município onde mais choveu no último mês do ano no Brasil, com 769,8mm de chuva. Os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) também afirmam que o número representa mais que o quíntuplo da climatologia deste mês (148,0mm).
Os dados revelam que as chuvas entre setembro e dezembro em Itamaraju chegaram a 499,7mm, em Ilhéus foi de 434,4mm e, em Porto Seguro, totalizaram 507,7mm. Com isso, nesse período, as chuvas nessas regiões estão bem acima da média.
Segundo os dados meteorológicos, os maiores acumulados de chuva foram entre as 9h da quinta-feira passada, dia 23, e 9h desta terça-feira, 28, nas cidades de Valença, 215 mm, o que corresponde a mais do que o triplo para dezembro (64,9mm), Ilhéus, com 209mm, com elevação de 70,2% a mais (122,8mm) e Salvador, com 188mm, com índice mais do que o triplo da sua climatologia de dezembro (58,1mm).
Outras cidades também registraram números maiores nos municípios de Igrapiúna (202mm), Camamu  (196mm), Barra do Rocha (195mm), Gandu (188mm) e Itabuna (187mm).
Barragens
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Adson Marchesin, informou que, ao menos dez barragens estão em nível crítico de água na Bahia. Segundo ele, mesmo com a situação alarmante, as barragens não correm o risco iminente de rompimento. O comandante-geral complementou que as estruturas que já se romperam no estado são construções privadas.
“Precisamos esclarecer um problema: nós temos várias barragens em nível crítico, com relação à quantidade de água, não com relação à possibilidade de um rompimento da barragem. As barragens que estão se rompendo são barragens privadas, naturalmente feitas por fazendeiros, tendo em vista que as regiões sofrem com problemas de chuvas, e eles acabam construindo barragens em suas próprias propriedades, pequenas barragens", disse ele. 
Marchesin continuou: "Essas barragens de água foram se rompendo com essa situação e isso acabou causando um efeito dominó, mas as barragens principais do estado estão tranquilas até o momento". 
Os rompimentos mais recentes estão em Vitória da Conquista, no sábado, 25, e a de Jussiape, na Chapada Diamantina, na manhã deste domingo, 26. Marchesini acrescentou que todas as barragens administradas pelo governo da Bahia estão em observação. 
"A quantidade do nível de água nelas é o que realmente nós estamos em observação, com todas elas. As equipes responsáveis por cada uma de suas barragens estão fazendo monitoramento e a liberação de água na medida do controle para que evite qualquer tipo de problema maior para as comunidades ribeirinhas", disse ele. 
Vítimas
Como reflexo desse cenário, 136 cidades do estado estão em situação de emergência, o que corresponde a praticamente um terço dos 417 municípios baianos. O total de vítimas fatais das chuvas chegou a 21 pessoas, enquanto o número de feridos supera 358.

Ao todo, 77 mil pessoas tiveram de deixar suas casas: são cerca de 34,1 mil desabrigados e 42,9 mil desalojados. A estimativa do governo é que mais de 470 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no Estado. Os números foram atualizados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) na tarde desta terça-feira, 28, com base em informações recebidas das prefeituras.

Ainda nesta terça, a Sudec comunicou que um homem de 19 anos tornou-se a 21ª vítima das chuvas. Foi a segunda morte registrada em Ilhéus. Outros municípios baianos com vítimas fatais são: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Aurelino Leal (1) e Itabuna (2).