O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, pretende também, incentivar a vacinação das crianças dentro das instituições de ensino particulares.ASCOM
Com autorização dos pais, governo de SP pretende vacinar crianças na escola
Secretário de SP afirma que instituições têm um papel fundamental de conscientização e que 'vacinar dentro da escola é um grande exemplo'
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, quer vacinar as crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 dentro das escolas públicas em parceria com os municípios, mediante autorização dos pais. Ao Estadão, Soares afirmou que pretende incentivar também a vacinação das crianças dentro das instituições de ensino particulares.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta terça-feira, 4, Rossieli disse que a escola tem um papel fundamental de conscientização e que "vacinar dentro da escola é um grande exemplo".
"Nós reorganizamos o nosso início do calendário letivo para que os primeiros dias sejam de trabalho da escola, trabalhando com os próprios alunos a importância da vacinação e trabalhando com as famílias", disse Rossieli.
Para o presidente da Associação Brasileiras das Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho, o incentivo do governo estadual para a realização da vacinação das crianças dentro da rede particular é muito bem-vindo. "Somos favoráveis que as escolas privadas realizem a vacinação das crianças. É conveniente que todas as crianças se vacinem", afirmou Filho.
Segundo o Rossieli, as escolas estaduais de São Paulo passarão a pedir a carteira de vacinação contra a covid-19 após o início da campanha para crianças de 5 a 11 anos, mas não vão proibir o acesso às aulas de quem não apresentar o documento. "A carteira de vacinação já é exigida na matrícula. Vamos solicitar, sim, no momento devido. Mas não vamos proibir o aluno de ir à escola", afirmou.
Rossieli criticou a demora do Ministério da Saúde em adquirir com a Pfizer as doses pediátricas e pediu aos pais que não acreditem em notícias falsas." A vacina é segura", ressaltou Rossieli.
Na manhã desta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que os pais poderão levar seus filhos para se vacinarem contra a covid-19 "se assim desejarem". A pasta realiza uma audiência pública sobre o tema e prevê divulgar o formato da campanha de imunização para esse público nesta quarta-feira, 5. Queiroga disse ainda que a "vacinação não tem relação com aula".
"Nós teremos as doses, como todos já sabem e os pais podem, livremente, dentro do que o Ministério da Saúde estabelece e que eu espero que seja seguido por Estados e municípios, levarem seus filhos para vacinação se assim desejarem", disse Queiroga.
As escolas estaduais paulistas abrem hoje um período de recuperação que vai atender alunos até 21 de janeiro. O início do ano letivo está marcado para 2 de fevereiro e, de acordo com o secretário, não será condicionado à vacinação para não prejudicar os alunos. Nas particulares as aulas já devem começar desde 31 de janeiro.
O Brasil deve receber 3,7 milhões de vacinas infantis da Pfizer contra a covid-19 no mês de janeiro. Até o fim do primeiro trimestre, 20 milhões de doses chegarão ao País, no total, de acordo com fontes do governo ouvidas pelo Estadão/Broadcast.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil tem 20,5 milhões crianças entre 5 e 11 anos, ou seja, haveria como aplicar a primeira dose em toda essa faixa etária até março. Já a quantidade a ser recebida em janeiro seria suficiente para imunizar, por exemplo, todas as crianças de 11 anos (2,8 milhões, segundo o instituto).
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