Matheus Antunes foi vítima de injúria racial em publicação que viralizou na internetReprodução

Gama - A Polícia Civil do Gama, Distrito Federal, apura a denúncia de injúria racial registrada na 14ª DP pelo estudante Matheus Antunes, de 26 anos, após um vídeo com ofensas contra ele viralizar nas redes sociais. As autoras já foram identificadas e devem prestar depoimento nos próximos dias.
"É preto e ainda fica tirando os outros de tempo", disse uma das mulheres sobre o estudante de odontologia. "Não passa um desodorante", emendou a outra jovem na sequência do vídeo.
Matheus contou que cruzou com as duas acusadas enquanto disputava uma partida de futevôlei. Ao chegar em casa, foi surpreendido ao receber uma série de notificações após os vídeos em que era atacado com insultos raciais. Na última quinta-feira, 28, Matheus, acompanhado da família, registrou o boletim de ocorrência na 14ª DP.
"A primeira vez que eu vi, eu não acreditei muito. Sou instruído que isso pode acontecer, mas nunca tinha sido tão claro", disse o estudante à 'TV Globo'.
Após a repercussão do caso, uma das jovens foi às redes sociais e pediu desculpas: "Eu venho aqui hoje em caráter de me retratar. Não quero me justificar. Eu sei o quanto eu errei".

Por TV Globo e g1 DF

 


Matheus foi vítima de injúria racial em vídeo que viralizou na internet — Foto: Reprodução

Matheus foi vítima de injúria racial em vídeo que viralizou na internet — Foto: Reprodução

Um jovem de 26 anos registrou uma denúncia de injúria racial após ofensas postadas em uma rede social por duas jovens conhecidas da vítima.. O caso aconteceu no último domingo (24), no Gama, no Distrito Federal.

"É preto e ainda fica tirando os outros de tempo", afirmou uma delas sobre o estudante de odontologia Matheus Antunes, nas imagens que viralizaram na internet. "Não passa um desodorante", disse a outra jovem em seguida.

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O caso foi registrado na 14ª Delegacia de Polícia, no GamaAs duas autoras já foram identificadas e devem prestar depoimento "nos próximos dias", diz a DP. A reportagem não conseguiu contato com a defesa das jovens.

 

Ofensas

 

De acordo Matheus, ele estava assistindo a uma partida de futvôlei, com amigos, quando viu as duas jovens. No entanto, o estudante de odontologia conta que não fez contato com elas.

Ao voltar para casa, ele foi surpreendido ao receber de várias pessoas os vídeos em que era atacado com insultos raciais. Por vergonha, o jovem diz que só conseguiu falar para os pais sobre as ofensas no dia seguinte. Na quinta-feira (28), a família foi à delegacia, registrar o boletim de ocorrência contra as jovens.

À TV GloboMatheus contou que foi um choque ver o vídeo circulando pela internet e que se sentiu humilhado.

 

"A primeira vez que eu vi, eu não acreditei muito. Sou instruído que isso pode acontecer, mas nunca tinha sido tão claro", diz o estudante.

 

A mãe do jovem, Múria Antunes, também disse ter ficado indignada com a situação. "Foi chocante. Ele sentiu muita vergonha. Muita humilhação. Isso pesou muito para mim que sou mãe e para o pai", afirma.

Depois da exposição, uma das jovens que fez as ofensas contra Matheus fez outro vídeo, alegando ter sido uma brincadeira.

 

"Eu venho aqui hoje em caráter de me retratar. Não quero me justificar. Eu sei o quanto eu errei", disse a jovem em nova postagem nas redes sociais.

 

Ela contou também que já teria entrado em contato com o jovem para pedir desculpas pelas ofensas.

 

Injúria racial e racismo

 

Entenda a diferença entre racismo e injúria racial
 
 
 
 
 
 
 
 
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Entenda a diferença entre racismo e injúria racial

O Distrito Federal registrou 101 ocorrências de injúria racial no primeiro bimestre de 2022, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP). Em relação a casos de racismo, foram duas ocorrências registradas em Brasília.

De acordo com a legislação brasileira, o crime de racismo é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial privado.

Já com base no Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro, utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

O registro desses crimes pode ser feito em qualquer delegacia ou na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).