Multidão de trabalhadores com Lula, movimentos e sindicatos neste 1° de maio em São PauloReprodução

O feriado do Dia do Trabalho neste domingo, 1º, foi marcado por diversas manifestações por todo o país. Houveram eventos de centrais sindicais pelo Dia do Trabalho, e em apoio ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e também manifestações de apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os atos aconteceram em ao menos cinco capitais, como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e São Paulo. Na manhã deste domingo, na Praça Charles Miller, no Pacaembu, aconteceu o encontro de sete centrais sindicais à frente da manifestação 'Emprego, Direitos, Democracia e Vida', que contou com a presença de Lula, líder das recentes pesquisas de intenção de votos, nas simulações de 1º e 2º turno. 
Mais cedo, também aconteceu o ato liderado por movimentos bolsonaristas em defesa da liberdade e da Constituição. Condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal de Justiça por ataques à democracia e instituições democráticas, como o próprio STF, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), indultado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Por volta das 11h30, o presidente Jair Bolsonaro esteve na Esplanada e caminhou, entre os manifestantes, mas não discursou. Cerca de 10 minutos depois, ele entrou no carro e seguiu, em direção à residência oficial, no Palácio da Alvorada.
Ainda pela manhã uma motociata percorreu a principal via que liga a Asa Sul à Asa Norte. Um carro de som ficou próximo ao Congresso Nacional, onde governistas discursaram até pouco depois do meio-dia, quando o ato foi encerrado.
Já na concentração das centrais sindicais e dos partidos de oposição, em um gramado da quadra 108 Norte, além de discursos contra o atual governo e em apoio a Lula, teve um show pelo Dia do Trabalho. O ato também terminou antes das 13h.
Daniel Silveira 
A situação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) foi um assuntos mais falados nos atos da direita deste domingo. Manifestantes fizeram diversas críticas ao STF sendo vistas entre os participantes do atos. Ainda hoje, Silveira descumpriu uma decisão do STF, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no final do mês de março, que o proibiu de participar de eventos públicos – na mesma decisão, estava determinado que o parlamentar voltasse a utilizar tornozeleira eletrônica. 
Discursos
No meio da tarde, o ex-presidente Lula subiu em um palco após o término do show de Leci Brandão. No entanto, antes de discursar, foram chamados ao palco os líderes das sete centrais sindicais que convocaram o ato, e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad fala.
Haddad falou sobre o aumento da inflação ressaltando que "a cada mês, o trabalhador leva menos comida para casa" e disse que a tarefa dos manifestantes é "colocar os fascistas para correr", para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.
No mesmo horário, Bolsonaro fez uma rápida aparição em transmissão ao vivo na Avenida Paulista. Bolsonaro falou que seu governo acredita em Deus, defende a família e a liberdade, que deve lealdade ao povo e "irá onde vocês estiverem", e agradeceu a quem está presente no ato na capital paulista.
Às 16h Lula começou seu discurso pedindo perdão aos policiais brasileiros.  No sábado, 30, Lula disse que Bolsonaro "não gosta de gente, gosta de policial" e foi atacado por adversários nas redes sociais. Hoje, Lula disse que, na verdade, queria dizer que Bolsonaro gosta "de milicianos". Ao falar sobre os policiais, disse que eles "muitas vezes cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador". "E nós temos que tratá-los como trabalhador", afirmou o ex-presidente.

"Eu escolhi o mês dos trabalhadores para pedir desculpas aos policiais que por acaso se sentiram ofendidos com o que eu falei ontem", afirmou Lula.
Na sequencia, Lula ressaltou que não pode falar sobre a eleição, o que poderia ser interpretado como ato antecipado de campanha e punido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na sequência, Lula citou dados positivos do período em que esteve no governo, entre 2002 e 2010, como o aumento real do salário mínimo, a geração de empregos e a manutenção da inflação baixa. 
Lula provocou e disse que Bolsonaro governa apenas para milicianos, "alguns dos quais podem ter matado Marielle", em referência à vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018.