São Paulo - Em um pronunciamento no fim da manhã desta segunda-feira, 23, o ex-governador João Doria (PSDB) anunciou a desistência de sua pré-candidatura à Presidência 2022. O tucano disputava a vaga de candidato único do grupo que reúne MDB, PSDB e Cidadania, no entanto, a cúpula das três legendas já indicou que quer a senadora Simone Tebet (MDB) nas urnas em outubro.
"Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou o nome da cúpula do PSDB. Aceito essa realidade com a cabeça erguida", disse o governador em pronunciamento no início desta tarde. "O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve", declarou Doria.
"Seguirei como observador sereno do meu país, sempre com a disposição de lutar a guerra para a qual eu fui chamado. Que Deus proteja o Brasil", acrescentou Doria.
Apesar de ter vencido as prévias de seu partido, Doria vinha enfrentando resistência para alavancar sua candidatura. Nos últimos meses, sua legenda mostrava poucas esperanças no projeto do paulista. Uma ala do PSDB tentou fazer com que o ex-governador Eduardo Leite fosse o nome tucano para a corrida, mas o projeto não teve sucesso.
Em um dos momentos mais tensos da disputa interna do PSDB, Doria chegou a comunicar a aliados que havia desistido de concorrer à Presidência e avisar que não iria mais deixar o cargo de governador, como estava previsto. O anúncio, no decorrer do dia 31 de março, fez com que Bruno Araújo, presidente do PSDB, enviasse uma carta aos principais líderes do partido na qual defendeu o resultado das prévias pela primeira vez.
Araújo, que esteve ao lado do governador paulista nesta segunda-feira, coordenava a pré-campanha de Doria desde fevereiro deste ano, mas foi substituído por Marco Vinholi, que é o dirigente do partido em São Paulo, em abril, após dar declarações contrárias à pré-candidatura do ex-governador paulista.
Na última quarta-feira, 18, os presidentes dos partidos "rifaram" Doria e endossaram o nome da emedebista após uma pesquisa interna indicar que a rejeição menor a Tebet dava mais condições a ela, que ao ex-governador de São Paulo, de tentar quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
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