Padre Lancellotti cobrou um posicionamento da prefeitura de São Paulo sobre as condições ilegais de trabalho ofertada a moradores de ruaRovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo - De volta ao calendário da capital paulista após dois anos de hiato, em razão da pandemia de covid-19, a Virada Cultural que acontece neste fim de semana em diversos pontos da cidade é alvo de críticas do Padre Júlio Lancellotti, que acusa a prefeitura de São Paulo de explorar pessoas em situação de rua para a execução do trabalho de montagem de parte da estrutura do evento.
"Estão recebendo R$ 60 por uma jornada de 12 horas de trabalho, com direito a uma marmita e sem nenhum equipamento de segurança", disse o religioso.
À frente da Pastoral do Povo da Rua, padre Lancellotti revelou que cerca de 100 pessoas em situação de rua foram informalmente contratadas para a montagem de palcos em pontos diferentes de São Paulo. A programação da Virada do Pertencimento prevê a realização de 300 apresentações em equipamentos culturais municipais, teatros, bibliotecas e palcos em 96 locais da capital. 
Até o momento, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) não se manifestou sobre as acusações do padre Lancellotti, que promete ir à Justiça, inclusive com uma ação do Ministério Público do Trabalho. Questionada, a São Paulo Turismo (SPTuris), responsável pela montagem e infraestrutura da Virada Cultural 2022, se posicionou da seguinte forma:
"A SPTuris fiscaliza o cumprimento do contrato para garantir que as empresas atuem dentro da legalidade e, até o momento, não identificou nenhum desvio durante o processo", diz o texto.