Influenciadora postou vídeos zombando de vagas para pessoas com autismoReprodução

Goiânia — Um vídeo da influenciadora e maquiadora Larissa Rosa zombando das vagas exclusivas para autistas em um estacionamento de shopping em Goiânia, na terça-feira (14), viralizou nas redes sociais. O ocorrido reacendeu o debate sobre preconceito contra pessoas com espectro autista. As imagens foram compartilhadas nos stories do perfil do Instagram de Larissa, apenas para pessoas selecionadas, mas foram vazadas.
No vídeo, Larissa diz: "Vaga pra autista? Vaga para gordo não tem". A influenciadora ainda é repreendida pela mãe que rebate: "Qual é o problema do autista?", pergunta. Em seguida, a maquiadora responde: "Não tenho nenhum problema com autista. A vaga é tão colorida que achei que era para viado. Vaga para mim nunca tem", disse a mulher.
Nas imagens seguintes, Larissa continua com os questionamentos e mostra a vaga nos stories. "Gente, olha isso aqui. Agora tem vaga exclusiva para autista. Cara, o mundo está muito difícil. Quero saber quando vai ter vaga para gordo estressado", diz a maquiadora.
De acordo com o delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), as falas de Larissa podem ser enquadrados no crime de discriminação, com pena de 2 a 5 anos de prisão. O caso será investigado.
Após a repercussão do caso, a maquiadora postou outros stories pedindo desculpas. Nas publicações, a influenciadora alega que publicou as imagens em um grupo apenas com 18 pessoas.
A disponibilização de vagas preferenciais para pessoas com autismo é determinada pela Lei 12.764 de 2012. Para ter direito ao benefício é preciso de uma credencial.
Confira a nota a íntegra
Decidi vir, através dessa nota, pedir as mais sinceras desculpas pelos acontecimentos que estão repercutindo nas últimas horas. Me desesperei inicialmente com a repercussão da situação e com um bombardeio de mensagens revoltadas (com razão).

Agora, entendo que a forma que me senti com esse turbilhão ainda não chega perto do que muitas mães e outros grupos sentiram ao ouvir as palavras infelizes que pronunciei.

Refleti sobre toda a situação e quero me desculpar também por dizer se que tratou de uma brincadeira, feita exclusivamente em um grupo de melhores amigos com 18 pessoas. Isso também não justifica.

Minhas palavras não podem ser vistas como brincadeira e não deveriam ter sido ditas nem para mim mesma, imagine para um grupo de 18 pessoas. Acreditem, elas não me representam em nada.

Agradeço também às pessoas que, apesar de reprovarem a conduta e não terem nenhuma obrigação de me ensinarem nada, ainda tiraram um minuto do tempo delas para me enviar informações e materiais que me mostraram realidades diferentes das que eu já conheci.

Espero que essa infeliz situação um dia possa ser perdoada por quem se sentiu ofendido. Garanto também que, da minha parte, nunca mais vai se repetir.

Assim como anunciado ontem, permaneço à disposição no direct para me desculpar individualmente com quem estiver decepcionado e revoltado com minha atitude.