Jair Bolsonaro quer que a CPI investigue a atuação dos diretores da Petrobras e os aumentos nos preços dos combustíveisAFP

Nem mesmo o pedido de demissão de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras parece não ter acalmado o presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo manteve a decisão de apoiar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estatal e os aumentos nos preços dos combustíveis. Segundo ele, a ideia é apurar se houve algum tipo de irregularidade na atuação dos dirigentes da companhia.
Em conversa com apoiadores publicada em um canal bolsonarista, o presidente reafirmou a disposição de levar adiante a CPI. “Estou acertando uma CPI na Petrobras(...) Investiga o cara, pô! Se não der em nada, tudo bem. Os preços da Petrobras são um abuso.”
Já o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL) confirmou na noite desta segunda-feira, 20, que o líder do PL, deputado Altineu Côrtes (RJ), está recolhendo assinaturas para a abertura da CPI da Petrobras. Lira, no entanto, cobrou do governo federal — em especial do Ministério da Economia — maior participação nos debates a respeito da atuação da estatal. Citou como exemplo a necessidade de edição de medidas provisórias para alteração da Lei das Estatais.
Na tarde de segunda, 20, Lira se reuniu com líderes partidários para discutir, além da possível criação da CPI da Petrobras, a necessidade de conter os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. O encontro contou com a presença do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A ofensiva contra a Petrobras, liderada por Bolsonaro e Lira, intensificou-se nos últimos dias, o que levou ao pedido de demissão de José Mauro Coelho. Como pano de fundo da disputa, há o crescimento da inflação e os efeitos do cenário econômico nas pesquisas eleitorais, cujos resultados apontam a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).